domingo, 31 de janeiro de 2010

Notícia difíííícil...


- Esse tipo de notícia nunca é bom de dar...

- Oquefoioqueaconteceu?! falafalafala!

- Bom, a senhora sabe que o tempo é implacável para todos... e que tudo e todos têm uma missão a cumprir...

- ...sim, sim... diz!

- Quando a missão termina, é preciso abrir espaço para que um novo ciclo se inicie... eis a beleza da vida!

- Faaaaaaaaaaala!

- Sabe, não cabe a nós, meros mortais, contestar os desígnios do Destino... as coisas acontecem quando têm que acontecer. Às vezes, não somos capazes de entender algumas coisas no momento que elas acontecem, mas depois de algum tempo, quando a dor vira uma doce saudade, é como se uma leve mão pousasse sobre nossos pensamentos e nos fizesse entender o curso natural das coisas...

- PelamordeDeus, me fala logo o que foi que aconteceu! quem morreu?!

- Não gostaria de usar esse termo ‘morrer’... prefiro dizer que sua missão terminou.

- Então alguém morreu, mesmo?! Morte morrida ou matada?!

- Ah, não senhora, ninguém encurtou sua missão, ela se foi naturalmente.

- Ela?! Quem?! Minha mãe?! Meu Deus!!!

- Não, por favor, senhora, acalme-se, sua mãe está ótima, inclusive ligou cobrando uma visitinha sua... chamou a senhora de ‘filha ingrata’... a coitadinha está com saudades!!

- Tá! Tá! Tá! Não muda de assunto! Para de me enrolar!

- Senhora, não se dá uma notícia como essa assim, a seco, sem que se faça uma preparação...

- Ok, entendi! Agradeço a preocupação, mas essa demora sim está me fazendo mal...

- A senhora está passando mal?! Sabia que não ia dar em boa coisa! Vou pegar seu remédio...

- O único remédio que vai me tirar de estado é saber: QUEM MORREU?!

- tsci-tsci-tsci... já pedi pra senhora não falar em morte... isso chama coisa ruim...

- QUEM PARTIU DESSA PRA MELHOR?!

- Humm, melhor assim! Bom ver que a senhora está aceitando melhor esse fatídico ocorrido...

- (bufando!)

- ... (começando a sentir medo)...Então acho que posso falar: senhora... sua cafeteira parou de funcionar...

- O QUÊ?!

- Ninguém esperava por isso, mas... sua cafeteira, senhora, subiu no telhado. Partiu como um passarinho... de uma hora para outra, se foi.

- (...pausa dramática...) NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOO!! (em prantos) Minha cafeteira?! Minha pobre cafeteira?! Por quê?! Por quê?! ...como você me conta isso assim, sua desalmada????!! Tão nova... como vai ser agora?!

- Nem tão nova, né, patroa... a bichinha já tinha 15 anos! Além disso, esse problema é fácil de resolver... é só comprar outra!

- Sua frieza me assusta! Me deixa sozinha... me deixa sofrer minha dor sozinha, por favor...

- Sim, sim... a senhora quer que eu traga um cafézinho?!

- (explosão de choro)


...................

Caso quase verídico: minha cafeteira também subiu no telhado, estou arrasada.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Medo!


Sou uma pessoa corajosa. Faço coisas que outras mocinhas não costumam fazer sem soltar gritinhos e pedir socorrinho... por exemplo: mato barata à base de chineladas e ainda tenho os culhões de virar a bichinha de patas pra cima pra não correr o risco dela se recuperar!



No entanto, há coisas que realmente me dão medo nessa vida. Coisas que me arrepiam só de pensar. A principal delas: feijão carioca!Não se trata de simplesmente não gostar da iguaria, não, não, não! É medo, mesmo! Pavor! Fobia! Acompanhados de enjoos, arrepios e trimiliques.



Não sei precisar a origem dessa repulsa, mas tem a ver com alguns traumas. Um deles aconteceu há muitos anos, quando ainda era uma criancinha e já sabia que não gostava da tal gororoba, mas convivíamos em paz: ele, o feijão, lá e eu acolá, bem longe! Acontece que numa certa manhã, ao raiar do sol, ainda cambaleando de sono, fui à cozinha para meu desjejum e dou de cara com minha mãe, vasculhando a geladeira, já pensando no almoço (coisa irritante, heim?! Nem tomou café e já está pensando no almoço!!!). Antes mesmo que eu pudesse dizer ‘bom dia!’ ela, numa fração de segundos indefensável, enfiou uma panela embaixo do meu pobre narizinho ao mesmo tempo que me perguntava: ‘será que esse feijão já está azedo?!’.



Deus, Deus, Deus! Quase morri de nojo! Só a pergunta já seria o suficiente para me assustar, não bastasse isso ainda teve a visão do inferno (fala sério: a aparência desse trem é repulsiva!) e pra completar o pesadelo ainda tinha o cheio gelado e, sim, azedo! Medo, medo, medo!



Anos e anos se passaram, com incidentes tão nojentos quanto, mas em menor proporção, apenas o suficiente para reforçar o trauma, até que um dia, quando minha mãe viajou e me deixou a incumbência de não deixar meu pai morrer de fome. Coisa simples, afinal ela passaria pouco tempo fora e deixaria comida pronta, bastava esquentar e preparar uma misturinha básica. Fácil, não fosse o feijão! Sabendo de meu problema, ela já deixou a coisa numa panela, então, bastava colocá-la no fogo e quando o futum começasse a exalar, bastava desligar e sair correndo!



Fácil, nos primeiros dias. Afinal, chega uma hora que, mesmo indo à geladeira, o alimento vence a validade, né?! Era verãozão e não sei por que diabos meu pai não colocou a panela na geladeira com o restante da garoroba e também não sei precisar porque passei alguns dias sem entrar na cozinha. Certo dia, porém, ao entrar, tive a certeza de que alguém havia matado uma pessoa e ocultado o corpo na cozinha de casa. O fedor era insuportável. Procurei, procurei, procurei: sem sucesso, pois não encontrei o corpo, nem qualquer coisa que pudesse exalar tanto mau cheiro.



Lavei a cozinha com cloro do piso ao teto, mas a fetidez continuava intacta! Já pensava em vender a casa quando meus olhos foram atraídos por algo que havia ignorado: a panela de feijão! Caberia ali o corpo de uma pessoa?! A curiosidade superou o medo e, prendendo a respiração, abri um cantinho da panela. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Era o feijão que estava fedendo aquilo tudo!!!!! Estava ali havia dias, no alto verão. A visão foi perturbadora: havia um palmo de lã-de-mofo sobre a gosma marrom. Quase morri, se não isso, quase desmaiei. Mas, de posse da mais pura frieza, coloquei a panela inteira, com tampa e tudo, no lixo e botei o lixo pra correr imediatamente!



Depois de episódios como esses, dá para entender por que tenho medo de feijão carioca*?! Urgh! Alguém leu 1984 do George Orwel?! Lembram-se da parte final da tortura?! Eu falaria que 2+2 são 5 à primeira imagem de uma panela de feijão!



*engraçado, não entra nessa lista o feijão preto, que aliás tem sabor muito bom e aroma melhor ainda!



Top 5: dificuldades para cumprir resoluções de ano novo


1 – começar uma dieta: todo ser humano é um procrastinador em potencial! Pode ser a pessoa mais decidida do mundo, mas basta falar em dieta para que venha à tona as mais variadas desculpas para deixar para a próxima segunda-feira o início daquela dieta. 2010, por exemplo, começou numa sexta-feira! Não se começa uma coisa tão importante como essa numa sexta, portanto, automaticamente, o início da dieta ficou para a próxima segunda, que foi dia 04. No entanto, segundo a tradição oriental (cultura muito próxima à nossa, por sinal) esse é um número relacionado à morte... ui, já pensou começar uma dieta com esse mal-agouro?! Melhor adiar! Sentiram?! E assim chega-se a 31 de dezembro, de novo!




2 – fazer refeições em horários certos: tudo culpa da vida moderna! A ideia está lá, bem no topo da lista de resoluções de ano novo de muita gente, aposto, mas pô-la em prática não depende apenas de determinação. Muitas vezes depende de um pedido de demissão! A pessoa pode até estar bastante determinada a tomar café, almoçar e jantar todos os dias nos mesmos horários, mas, sejamos justos: há trabalhos que simplesmente não permitem essa prática! Para cumprir essa resolução, algumas pessoas precisam antes cumprir outra: arrumar um novo emprego. Daí já viu, né?!




3 – apenas comer alimentos saudáveis: dificílima essa resolução! Para cumpri-la seria preciso romper relações com metade dos amigos e dizer adeus à família. Exagero?! Que nada! Naquela reuniãozinha com os amigos (com a metade que não está em sintonia com sua fase saudável!) adianta você propor uma noite de tofu e chá verde?! Não, né?! Eles querem uma noite de queijos amarelamente gordos e vinhos alcoolicamente calóricos. Alguma família, por um acaso, se reúne para um almoço repleto das mais lindas de saladas e regado aos mais coloridos suco de frutas?! Nããããããão (a minha, pelo menso, não) ... é sempre churrasco, feijoada e por aí vai! Ou seja.




4 – não comer carboidratos depois das 18h: a boa vontade existe?! Sim, senhor. O problema de tudo reside nas circunstâncias. Em casa, com muita boa vontade até é possível cumprir essa resolução, basta não comprar nenhum pacote de bolacha, nenhum pacotinho de miojo para horas de emergência; pela manhã, após o café, jogar fora até a última migalha de pão, bolo, torrada e afins, comumente usados para matar aquela fominha alucinante de fim de noite. No entanto, quando essa tal fome resolve pintar na rua... será que é possível encontrar uma barraquinha de saladas em alguma esquina da cidade?! Um pivete vendendo maçãs no farol?! Não, né?! Taí!



5 - dizer não às tentações: adianta cair de joelhos e clamar a Deus ‘Senhor, livrai-me das tentações!’?! Pouco provável, afinal, nessas horas o tal do livre arbítrio exime o Todo Poderoso de qualquer responsabilidade por nossas boquinhas nervosas. Vencidas muitas etapas, a dieta até que anda bem, mas eis que surge na sua frente uma cascata de chocolate, exalando seu perfume inebriante, privando você do último vestígio de razão. E dá-lhe chocolate! Mas esse é só um dos males que assombram uma dieta... cada um tem sua tentação predileta! E assim, as tentações são as grandes dificultadoras do cumprimento de resoluções de ano novo. Aliás, não apenas das alimentares, né não?!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Visite nosso banheiro!



Num restaurante, lanchonete, bar, boteco, biboca ou afim, tão importante quanto a cozinha é o banheiro!
Tenho uma teoria: se o banheiro, que teoricamente pode ser sujo, for limpo... a cozinha, que teoricamente deve ser limpa, seguindo a lógica, é limpíssima!
O banheiro é parte fundamental em qualquer lugar que se coma ou, principalmente, beba-se! Já imaginaram que pesadelo seria sentar para beber umas(ssss) cervejinhas(ssss) e jogar conversa fora num lugar que não tem banheiro... ou pior: o banheiro é inpipisável?!
Nisso os meninos levam uma vantagem incontestável, na hora do desespero... qualquer lugar vira banheiro (hábito aboninável, que fique claro... mas desespero é desespero, né não?!).
Já nós meninas... que sufoco, heim?! É preciso termos a habilidade de um equilibrista, a elasticidade de um contorcionista e a técnica de um mágico, afinal, quando a natureza chama, temos que fazer um pipizinho, o mais rápido possível, sem encostar em absolutamente nada, mantendo em zero o risco de acidentes e, o mais difícil, fazer tudo isso depois de umas duas ou três cervejas, quando o equilíbrio já não é mais assiiiiim uma... uma Brastemp! Detalhe: ainda precisamos de papel higiênico... que coincidentemente, sempre acaba e esquecem de repor (é nessa hora que temos de mostrar quão mágicas e precavidas nós somos).
Um banheiro diz muito sobre o estabelecimento a que pertence. Ele fica perto da cozinha?! Péssimo sinal. Lembram-se daquela reportagem que encontrou o caranguejo vivíssimo dando um rolê pelo banheiro, tirando um cochilo atrás do vaso sanitário?! Sem contar os odores se frequentando, heim?! Urgh! O banheiro tem fácil acesso, é limpo, tem ventilação, protetor descartável de acento*, papel higiênico macio, branquinho, previamente picotado, tem descarga eficiente, pia (limpa) com sabonete, torneira funcionando e toalhas de papel para secar as mãos, cheirinho de jasmim no ar?! Parabéns! Você encontrou o banheiro dos sonhos de qualquer estabelecimento!
Aliás, é preciso uma nota especial sobre descargas: alguém consegue imaginar pesadelo pior do que uma descarga chocha ou que, pior, não funcione?! Pédepatomangalôtrêsvezes!! Por melhor que seja o banheiro, acidentes acontecem e descargas param de funcionar... só pra sacanear, então, só para evitar a fadiga desnecessária, aceitem um conselho de amiga: deem uma testadinha antes!!!!!
Alguns restaurantes, lanchonetes, bares, botecos, bibocas e afins podem até tentar disfarçar uma cozinha porca, nojenta, maltrapilha, xexelenta, mas se o lugar não é, exatamente, um amigo de bons hábitos de higiene, o banheiro é primeiro que grita isso para todos! Então, para conhecer, de fato, um estabelcimento onde se pretende desfrutar de comidas ou bebidas... visite o banheiro!

*mesmo que tenha, meninas, não se sentem!! Lembrem-se das histórias que nossas mães e avós contavam, melhor não arriscar!!! hehehehe

domingo, 3 de janeiro de 2010

Feliz Ano Todo!


É inevitável: bastam que o pipocar dos fogos sejam ouvidos para que os corações se inundem de otimismo. Sim, o Ano Novo traz consigo toda esperança do mundo! Aqueles problemas que existiam até alguns minutos atrás e que pareciam insolúveis dão ares de que tudo irá se resolver.

Não deixa de existir certa razão nesses pensamentos de Reveillon, afinal, nesse momento de transição, tão sutil, bastando uma tic de ponteiro, as pessoas se enchem de força, coragem, determinação e pensamentos positivos para o novo. E se não forem esses os combustíveis necessários às mudanças e solução de problemas, então não sei mais o que pode ser.

A cada uma das sete uvas que se come esperando por fartura e prosperidade, uma sementinha positiva é plantada no pensamento e essa sim, se cultivada, trará os frutos desejados. Assim como as lentilhas comidas, as sementes de romã e os brindes erguidos ao ano que começa. Seja qual for o ritual, todos eles servem para marcar o momento que mais se desejou aquele pedido. Não é o alimento em si, mas aquilo que ele representa naquele momento.

Aliás, Reveillon e comida têm uma ligação íntima. As mesas, por mais humildes que sejam, são preparadas esperando por fartura. Os pratos são escolhidos com minúcia para que tragam sorte e prosperidade*. E que tal pensar assim o ano todo?!

Escolher aqueles alimentos que fazem bem, que façam sua máquina funcionar bem, dando-se ao luxo de certos pecadinhos, mas sempre lembrando que um corpo saudável tem mais pique para enfrentar qualquer desafio!

Seja lá quais tenham sido os rituais na virada, os alimentos escolhidos, os pedidos feitos, as resoluões tomadas, desejo que todos tenham um Feliz 2010, o ano tooooooodo! Mesas fartas, saúde, alegrias e amores. Feliz Ano Todo!

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*Repararam que esse ano/ano passado a Sadia estava fazendo propaganda o 'Peru de Ano Novo Sadia'?! Gente, como pode isso?! Bicho cisquento na passagem ou no primeiro almoço do ano faz a vida de quem come ficar ciscando os 365 dias (ou 366... com um dia a mis de zica!)... A Sadia apelou!! O que foi?! Não venderam bem no Natal e quiseram desovar o estoque no Ano Novo?! E a tradição, como fica?! E a mandinguinha, como fica?! Daí o país cai numa crise daquelas e ninguém sabe explicar o porquê! Fica brincando com essas coisas, fica!