segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Último de 2010


Um domingo seguidinho do Natal. Último domingo do ano. Problemas para o almoço?

- O que teremos para o almoço?

- Pensei em aproveitar o per...

- Epa, opa, epa, ê! Nem complete a palavra!

Todos fartos de peru, pois não?! Não só, mas também pernil, farofa, arroz com passas e tudo aquilo que ficou lotando as mesas durante a ceia e o almoço de Natal.

Isso sem contar que aqueles que prepararam todas aquelas delícias, não querem nem ouvir falar de cozinha.

O que fazer, então? Fácil: ir filar o almoço na casa de alguém.

- Já sei! Arrumem-se todos, vamos almoçar na casa da vó!

A vó, no entanto, vivida que só ela, não quis nem saber de cozinha e se pirulitou para casa do filho mais velho.

O filho mais velho, lembrando que tudo sempre sobra para ele, saiu de casa antes que alguém chegasse. Foram todos almoçar na casa da irmã mais nova.

A irmã mais nova, recém casadinha, tinha tanta habilidade na cozinha que ainda nem tirara o fogão da embalagem. Tomou café numa padaria e, junto com o maridinho, foram para a casa do irmão do meio.

Irmão do meio, sabem como é: aguenta tudo de um lado e de outro. Não dessa vez. Sabendo disso, mais do que depressa, enfiou a família no carro e correram todos para a casa da mãe dela.

A mãe até ensaiou preparar um macarronada, mas o dia não estava com cara de domingo. Então decidiu que nem entraria na cozinha. Saiu, junto com o marido, para almoçar na casa da irmã.

A irmã, que era solteira, não tinha filhos nem gatos, sentindo-se deprimida, optou por passar as festas num retiro espiritual.

Resultado? Bateram todos com seus narizes nas portas. Acabaram, coincidentemente, encontrando-se no Mc Donalds. No mesmo Mc Donalds! E pronto... família reunida de novo, um domingo com cara de domingo... ou quase isso!

*

Espero que o Natal de todos tenha sido fantástico!

*

Esse é o último post de 2010. Não sei quanto a vocês, mas para mim foi um ano incrível, de grandes emoções (no melhor estilo montanha russa sem cinto de segurança!!!). Muito obrigada a todos que passaram, ainda que silenciosamente, por aqui ao longo desse ano. Um agradecimento especial àqueles que deixaram seus comentários aqui ou mandaram e-mails super carinhosos: vocês são demais!

Sei que aquilo que escrevo aqui não irá mudar o mundo. São apenas pequenas bobagens, mas o que seria da vida não fossem os momentos que paramos para reparar nessas bobagenzinhas que deixam a vida mais leve, mais simples, mais colorida?

Taí, esses são meus votos: que a vida de todos, não apenas em 2011, seja leve, simples e colorida!

Nos vemos em 2011!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ideias de verão


- Buff...

- Que foi?

- Esse calor!

- Que que tem?!

- Tá quente demais!

- Fazer o quê?!

- Sei lá, só sei que eu tô derrentendo...

- Sorvetinho agora, heim?!

- Pensei numa cervejinha trincando...

- Humm... boa! Um sorvete de cerveja!

- E existe?

- Não, mas deveria!

- Por que ninguém pensou nisso?

- Como assim ninguém?! Eu acabei de pensar!

- Eeeeeeeeeeeee...

- E que eu não tenho fábrica de sorvete, nem de cerveja!

- Ow... então liga pra uma das duas e dá essa ideia!

- Boa!

(algum tempo e ligações depois)

- E aí?!

- Ah, anotaram minha sugestão...

- Eeeeeeeeeeeee...

- E agora é só esperar!

- Quanto tempo?!

- Sei lá, cara!

- Aaaaah... tô precisando pra agora!

- Pra agora, agora, agora... a gente pode descer lá na padoca e misturar uma cerveja no sorvete...

- Afff... qualquer coisa que faça esse calor passar!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Por uma vida de migalhas

- As coisas estão muito mudadas! – disse balançando a pequena cabeça inconformadamente.

- Sim! Sim! Dá só uma olhada nisso – fazendo um gesto amplo, tentando mostrar quão diversa era a paisagem atual.

- Não é querendo ser saudosista, mas a vida antigamente não era assim, não.

- Meu pai conta que na época dele de jovenzinho, ele vivia de barriguinha cheia... e com comida de primeira, viu?! Migalhas de boa origem!

- Então, rapaz, é disso que eu estou falando! Antigamente, o pessoal trazia migalhas especialmente para nos oferecer. Havia fartura! Hoje em dia é só o que cai da mão de alguém eolha lá!

- Pois é! O que aconteceu com os aposentados generosos?! Aliás, eles mal aparecem nas praças!

- É a violência! Sentar em banco de praça se tornou atividade de risco.

- Sim, sim! E os poucos que aparecem oferecem cada coisa. Quem foi que disse que a gente gosta de salgadinho moído?! Aquilo é pura gordura trans, amigo. Sinto minhas artérias entupirem na hora.

- Não se oferta mais migalhas de pão?

- E pior, quando uma mão generosa resolve lançar as migalhas ao chão, temos que sair na asa com os outros pra conseguir dar umas bicadinhas.

- É muito bico pra pouca migalha, meu velho!

- Pior, quando cai todo mundo em cima das migalhas, ainda vem um doido espantando a rapaziada dizendo que a gente é tudo sujo que transmite doenças. E eles são muito limpos, por acaso?! A gente é que deveria ter nojo de comer as migalhas do chão por onde passam tantos sapatos sujos!

- É verdade. Mas você está pensando em fazer o quê?!

- Olha, estou querendo largar isso, rapaz! Estou querendo me mudar para o interior. Essa vida de pombo urbano já me cansou.

- Ah, sei lá, viu?! Cidade do interior tem pouco pombo, mas tem muito pardal, sabiá, tico-tico, não sei se tenho paciência para todos esses sotaques esquisitos.

- Que nada! Você se acostuma, sem contar que lá, além de ainda haver praças com fartura de aposentados com o velho hábito de levar sacos de migalhas pra distribuir, ainda tem as frutas nas árvores para sobremesa! Lá ainda se leva vida de rei!

- Ainda assim...

- Que que é isso, cara?! Pensa no saborzinho das migalhas de pão caseiro, nas de biscoito de polvilho e nas frutinhas... pensa nas frutinhas frescas!

- Tem jabuticaba?

- Opa! Tem um primo meu morando num pé de jabuticaba.

- Cara, adoro jabuticaba! Estou convencido, vou com você.

- Maravilha! Tem um ônibus saindo daqui 20 minutos da Rodoviária do Tietê.

- Pensei que a gente ia voando...

- E desde quando pombo urbano voa para longe?!

- Ah, é! Isso é coisa do tempo do meu avô.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Top 5 - Eê... mandingas na cozinha

1ª ovo – desde criancinha ouço dizer que para que não chova é preciso jogar claras de ovo em cima do telhado. Confesso que nunca tentei, mas muitas noivas por aí devem ter feito essa mandinguinha simples que não requer prática, tampouco habilidade. Dia desses aprendi uma ‘simpatia’ nova, que utiliza o mesmo princípio ativo e visa o mesmo resultado: para que não chova, basta colocar um ovo em cima do muro. Acho que São Pedro fica tão maravilhado com um ovo equilibrando-se sobre um muro que se esquece de mandar água de lá de cima. Só pode!

2ª sal – Caso esteja muito complicado equilibrar um ovo ou não se queira fazer uma meleca no telhado, mas, ainda assim, você queira que não chova, recentemente aprendi uma nova mandinga em prol da estiagem: basta fazer um círculo no quintal utilizando sal! Além desse fim, não é de hoje que reparo que muita gente tem o hábito de, ao sentar-se à mesa, salpicar um punhadinho de sal na mão direita e, sobre o ombro esquerdo, lançar o tal punhadinho para trás. Pra quê? Dizem que é para afastar a inveja. Se afasta não sei, mas, no mínimo, ela fica mais temperadinha!

3ª pimenta – e por falar em inveja, caso o sal não tenha resolvido, o jeito é apelar para algo, literalmente, mais forte. Tenho pra mim que a pimenta nasceu para mandinga e acabou sendo desviada para tempero! Inclusive tem gente que leva isso muita sério: uma amiga contou que, certa vez, usando o molho de pimenta que tinha na geladeira, ela reparou num elemento estranho dentro do frasco. Quando abriu, puxou de lá de dentro um pequeno pedaço de papel com um nome escrito nele. Eê! Espantada, chamou a empregada que, na maior naturalidade disse que era o nome de uma vizinha que andava botando olho grande na vida dela. Na falta de um frasco de pimenta na própria casa, achou que não haveria mal algum em usar a pimenta da patroa!


4ª pipoca – falando em reaproveitamento... uma outra amiga contou que numa ida ao cinema viveu uma experiência interessante. Lá pelo meio do filme, que era muito ruim, a plateia, numa manifestação coletiva, rebelou-se e começou uma guerra de pipoca. Foi chuva de pipoca pra todo lado. Ao invés de se revoltar, essa amiga encarou o lado positivo do fato: assistiu a meio filme e ainda tomou um passe! Gente otimista é outra coisa. Dizem que o efeito da pipoca é fartura, só não sei se, ao invés de jogar pelo corpo em forma de banho, a pessoa que as come obtém o mesmo resultado. Será?

5ª galinha – ao contrário das anteriores que são todas mandinguinhas leves, as que levam galinha em sua lista de ingredientes são barra pesada. Geralmente, mandinga com galinha (galinha preta!) envolve despacho e encruzilhada. Afff, coisa braba. Fico com dó das pobres galinhazinhas que, sabendo de seu invariável trágico fim, torcem pelo menos pior: ‘Tomara que eu vire ensopado e não despacho!’. Nesse caso, a panela é melhor destino do que a cumbuca de barro, né não?!