domingo, 25 de novembro de 2012

Já lhes apresentaram um pirogue?????

Repito a pergunta do título: já lhes apresentaram um pirogue???? Mas, antes que deletem o link do Clara em Neve de seus índices de favoritos, lembro a todos que esse é um blog de família!

Estive em Curitiba no último feriado. Fui recebida por pessoas simplesmente incríveis cuja hospitalidade deixou qualquer hotelzinho 6 estrelas no chinelo! Comi como uma rainha (obesa!) e todos os dias pude provar delícias que apresentarei aqui ao longo das próximas semanas.

Começo justamente com o pirogue, um prato cuja origem pertence a poloneses e ucranianos, cada povo acrescentando suas peculiaridades ao prato. Trata-se de um tipo de pastelzinho recheado com batata (ou batata e ricota ou batata e bacon...) que deve ser cozido (como capeletes) e cobertos com molho de tomate ou cebolas refogadas (por que fariam isso????). Curitiba, para quem não sabe, recebeu muitos imigrantes vindos da Polônia e Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial. Junto, trouxeram sua cultura e, obviamente, sua culinária. Por isso esse prato é tão pop por lá e por aqui (SP), até semana passada, não conhecia.

Aliás, nunca vi, nem comi, nem nunca havia ouvido falar, então, quando nossa anfitriã disse que faria pirogues para o jantar, um friozinho perpassou minha espinha e a pergunta óbvia instalou-se em minha mente "Que diacho é isso, meu Deus????". Vendo minha cara de ponto de interrogação e meu sorrisinho nervoso... ela então apressou-se em descrever a iguaria. Ouvindo as palavras: massa, batata, molho...  senti-me em casa! Não penso em qualquer chance de essa combinação de ingredientes resultar em algo ruim! Ela completou dizendo que faria um molho de vina para acompanhar os piroguinhos... Oi?! Medo, de novo! Todavia, mais uma vez, tranquilizei-me em saber que vinas são como os curitibanos chamam as salsichas. Mas olha só quantas coisas aprendi num único dia!!!

Teoria muito bem, obrigada. Passemos à degustação. Depois de preparar uma mesa linda (como se comprova pela foto), hora de provar o tal pirogue! Ah, e como não poderia deixar de ser, tinha toque de chef! Sobre os pirogues quentinhos, derramamos uma conchinha de creme de leite e, então, o molho. O creme de leite suaviza o molho de tomates e vinas (!), além de sofisticar o sabor. Recomendo, heim?! Imagino que fique bom sobre outras massas como capelete, por exemplo, e molhos de tomate como sugo e bolonhesa... hummm... e por que não um pesto????? No entanto, o assunto é pirogue e, logo à primeira garfada, nhanhanham!!! Uma delícia! A princípio, pode parecer que massa recheada de batata não funciona. Nada disso! Funciona e funciona muuuito! Simplesmente adorei. Se não for à Curitiba, há várias receitinhas na internet para as prendadas (ou nem tanto) que quiserem arriscar.

E a comilança só estava começando!

Na semana que vem... o melhor hambúrguer do mundo. Acreditem: não é modo de dizer!

PS: o nome de batismo do Pirogue é PIEROG! Aportuguesei!

domingo, 4 de novembro de 2012

Memória do Paladar

Dia desses participei de um evento chamado "Memória do Paladar". O mote era filosófico... pretendia-se puxar lá do fundinho da memória aqueles sabores que nos remeteria a tempos e situações passadas. Proposta bacana.

Logo na entrada, pediam para fosse escrito em um papelzinho o nome de um prato que nos trouxesse alguma lembrança e o porquê da escolha. Engraçado é que pensei que seria super fácil... tanto que pedi três! Mas qual não foi minha surpresa quando me vi matutando longamente para lembrar de alguma coisa. Por que será??? Simples: paladar é sabor, não imagem! Um registro imagético de um prato não seria capaz de me transportar a tempos e situações! Ok... talvez sim... mas não com tanta facilidade e completude se esse estímulo fosse através de um cheirinho de bolo recém saído do forno... de um tempero. Acabei escrevendo: bolinho de chuva, bolo frapê e pão caseiro. Mas, confesso, foram escolhas racionais, não emocionais!
Outra etapa do evento era passar por um tal "túnel de sensações". A proposta consistia em vendar os olhos do passante, tirar-lhes os sapatos (juro: não entendi porquê dessa última!) e passar sentindo temperos e especiarias para tentar reconhecê-los. Nesse dia estáva desanimadinha (além não estar a fim de estragar a super maquiagem dos meus olhos!!! chatinha e perua...) e preferi não passar por essa. Enquanto aguardava uma amiga que se propôs a inalar potinhos... fiquei sentada em frente à mesa de quitutes que eram ofertados aos convidados.

Ainda encucada por não ter conseguido me comover com minhas escolhas (as escritas nos tais papeizinhos), cogitei a possibilidade de ter deixado meu coração cair por aí, sem que tivesse notado! Enquanto meu pensamento voava, meus olhos passevam pelo ambiente quando de repente avisto algo que fez meu coração disparar!!!! Seria um bolo? Uma torta? Um pão? Um brigadeiro??? Nããããããoooo... nada disso! O que fez meu coração disparar e minha mente ir pra longe foi algo que (em tese) não tem (ou pelo menos não deveria ter) cor, sabor e odor: água! Mais precisamente, uma garrafa d'água!!! Não qualquer uma: uma legítima garrafa de água da marca XXXXXXX*!

"Uai!", dirão alguns, "por que diacho uma garrafa d'água dispertaria a memória do paladar de alguém?????"

Explico: nos idos de 1998... há um bilhão de anos atrás... o Fantástico tinha um quadro que consistia em apresentar testes do Inmetro para determinados (os mais variados) produtos e certa vez foi a vez da água mineral de garrafa!!! Após inúmeros testes, eis que apresentaram os resultados e dentre as marcas reprovadas, a primeira, a (des)campeã foi qual, qual, qual?????? XXXXXXX!!! À época foi detectada presença de níveis de colifórmios fecais (vulgo cocô!), nas amostras analisadas, acima do tolerável. Que nô-jô!!!

Entretanto, lembro bem, que a história não parou por aí... levei beeeeem a sério esse resultado... além da conta, confesso!!! Nessa época eu ia a muitos shows (de rock, enfatizo!) e depois de horas pulando, gritando, rodando (!)... claro que qualquer cacto desidrataria... o que dirá um ser humano que sua em bicas, como eu. Numa situação dessas, deparar-se com um vendedor de água é como encontrar a última coca-cola do deserto! Porém, vejam como funciona a tal lei da atração, minha gente: não é que todas as vezes, sistematicamente, após o tal teste, só aparecia garrafas d'água XXXXXXX????? Eu, fofamente, além de me recusar peremptoriamente a tomar suco de cocô... ainda discursava longamente para os pobres vendedores (que, pra minha sorte, ouviam pacientemente sem me dar uma bifa no meio da cara!) acerca dos resultados obtidos pelos testes do Inmetro!

Lembrando desses episódios, ri a valer! E pra provar que deixei de ser uma pessoa tão chatinha, levantei e bebi um bom copo d'água XXXXXXX!!! Informo que até o momento não sofri nenhum desarranjo... o que demosntra que, provavelmente, depois de 14 anos, limparam a fonte!

Vejam só, que surpreendente, em um evento de paladar... minha memória foi trazer uma lembrança justamente sobre algo que não tem gosto!

*considerando que o teste foi há tanto tempo atrás e acreditando piamente que limparam a fonte... decidi não divulgar a marca... Além disso, esse não é um causo de denúncia!!!!! rs