domingo, 31 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Sonho
Sonho é fonte inesgotável de histórias. Estou, evidentemente, referindo-me às manifestações psíquicas do subconsciente e não ao pãozinho doce com creme dentro (...embora fosse mais óbvio falar do segundo tipo aqui no blog, não?!).
Ainda que haja aqueles que digam que têm uma mandinguinha infalível para sonhar com aquilo que deseja, o mais provável é que, quando se fecham os olhos e embarca-se no mundo de Morfeu, o subconsciente assume o comando e vê-se livre para manifestar os mais inacreditáveis roteiros.
Qual o motivo desse preâmbulo todo?! Falar de um tipo específico de sonho: os sonhos com comida! Atire o primeiro travesseiro aquele que nunca sonhou que estava se refestelando num banquete de guloseimas.
Curioso é que não costuma ser padrão a ligação do subconsciente com a memória do paladar. Às vezes, mesmo devorando um lindo e apetitoso bolo, o sonhador não sente gosto de absolutamente nada: isopor total! Por outro lado, o sonhador pode estar comendo algo que, digamos, não costuma fazer parte do seu cardápio, mas ali, naquele momento, a iguaria é a mais deliciosa que pode existir. Pode-se, ainda, sonhar com algum prato delicioso e o sonhador acordar salivando de vontade de comer o mesmo na vida real. Ou, pior, sonhar que está comendo uma coisa que detesta, com direito a sentir sabor ruim e acordar sentindo enjoos. Argh! Já tive desse último tipo com feijão... um pesadelo!
O bom de tudo é que, quando se sonha que está comendo uma montanha de brigadeiro, por exemplo, o sonhador acorda sem estar pesando um graminha a mais se quer. Um sonho, mesmo, não?!!
Quanto aos significados, só Freud para chegar a uma conclusão. Os dicionários de sonho tentam, mas não creio que sejam capazes de explicar toooodos os sonhos, afinal, sonhar com feijão pode ter um significado pra mim (que detesto) diferente do que pode ter para outro alguém (que adora). Independentemente das explicações acadêmicas ou místicas, é sempre interessante tentar descobrir o motivo daquele prato, iguaria, guloseima... aparecer no sonho.
Hoje, após minha sonequinha dominical depois do almoço, lembrei que sonhei com uma mesa coberta com os mais variados tipos de pão... inclusive tinha uma espécie de rocambole, mas com massa de pão, recheado com doce de leite... hummm... esse me deu água na boca! Por que eu não devorei ele todo??! O dicionário de sonhos diz que pão é sinal de fartura. Oba! Mas acho mais provável que tenha sido uma bronquinha do meu subconsciente já que faz tempo que não faço pão caseiro. Aquele recheado meu deu uma boa ideia.
Taí, uma boa função para os sonhos e estimular o sonhador a transformar os bons sonhos em realidade. Começar pela cozinha é mais fácil, mas, para um bom sonhador, nem a realidade é um limite!
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Como nasceu a omelete
Todos os dias, separava e preparava com todo zelo e amor cada um dos 25 pratos que forravam a imensa mesa da imensa sala de refeições do imenso palácio. Fazia isso com prazer, afinal, era o que seu marido, seus 4 filhos, as damas de companhia, os ministros, os conselheiros, o mago-feiticeiro e os 2 bobos da corte comeriam.
A iguaria que mais gostava de preparar era suflê. Mesmo naqueles longínquos tempos quando a batedeira elétrica ainda não havia sido inventada (nem mesmo a energia elétrica, diga-se de passagem). Ela passava horas fazendo claras em neve com seu fuet real (corpo de ouro e cabo cravejado de pedras preciosas... um luxo!). Tinha o braço direito de um lutador de vale tudo.
Quando colocava o suflê para assar, num forno à lenha desenvolvido pelo mais famoso engenheiro de fornos à lenha de todo o reino, ninguém podia se aproximar, afinal, não é de hoje que os suflês são criaturinhas sensíveis capazes de desmilinguir com um simples olhar. Naquele dia, porém...
Lá estava ela, à beira de uma cãimbra, depois de bater 20 claras em neve, quando o rei entre na cozinha, com a cara real mais deslavada do reino, dizendo que trouxe uns amigos reais para o jantar. Ela, que estava na TPM (sim, esse demônio existe desde os mais remotos tempos), ficou enfurecida, afinal, não havia se preparado para receber visitas, não sabia se haveria comida para todos.
Às pressas, resolveu fazer mais uns 4 ou 5 suflês. Mas, assim, na correria, lógico que não ficariam bons, pois não?! Ela, no entanto, acreditava que sim. Mandou as mucamas trazer mais 40 ovos, nem que tivessem que tirá-los de dentro das galinhas. Separando os demais ingredientes, teve uma ideia genial.
Já de posse dos 40 ovos, decidiu radicalizar: não separou as claras das gemas, colocou todos os ingredientes junto, bateu tudo vigorosamente, jogou numa forma e colocou no forno. Alguns minutos depois, sua esperança de que aquilo, magicamente, tivesse virado um fofo suflê, foi-se embora. Ao abrir o forno, percebeu que tinha diante de seus olhos uma coisa murcha e amarelada. Quase chorou, mas sabia que, como rainha, não podia esmorecer, além disso, não havia tempo para refazer tudo. Mandou servir aquilo mesmo.
Qual não foi sua surpresa ao perceber que todos amaram aquele novo prato! Foi, inclusive, o primeiro a acabar. No final, todos queriam saber o que era aquela coisa maravilhosa, então, ela, em meio à pressão, inventou um nome qualquer: ‘ovo em leite’ que, pela ação do uso e dos metaplasmos**, acabou virando ‘omelete’.
E foi assim que nasceu a omelete, fruto de um suflê que não deu certo.
* puuuuura ficção, tirada da minha mente insana, não acreditem em nada disso, certo?!
**rá-rá, só sabe o que são metaplasmos quem estudou Filologia Românica!!
domingo, 10 de outubro de 2010
Dia das Crianças
Eu fui uma das que ficaram espantadas. Mas, depois, pensando no assunto, vamos combinar uma coisa: refrigerante sempre foi mais gostoso do que água, pois não?! A questão nem é o que é mais saudável, mas sim aquilo que é mais gostoso, saboroso, divertido... tudo que criança gosta!!
Lembro que quando era criança, refrigerante só entrava na minha casa uma vez por semana, apenas aos domingos. Era dia especial, de família reunida, de comida caprichada e ela, a garrafa de refrigerante, no meio da mesa.
Era tão saboroso. Não sei se porque sabia que só o tomaria refri de novo na semana seguinte, porque não havia preocupação alguma com excesso de açúcar, ou simplesmente porque era gostoso mesmo. Fato é que tomar aquele copão de refrigerante depois do almoço era o maior estímulo para limpar o prato, afinal, como toda mãe, a minha também era adepta da chantagem ‘se-não-comer-tudo-não-tem-refrigerante’. Funcionava!
E hoje? Outros tempos. Há centenas de opções de marcas, sabores, tamanhos e preços de refrigerante. Acessível a qualquer pessoa que tenha pelo menos R$ 1 no bolso. Dependendo da escolha, é mais barata uma garrafa de refrigerante do que uma de água! Além disso, e, em consequência disso, há também a preocupação com o excesso de açúcar, de sódio, de corante... e com basicamente tudo que compõe o refrigerante.
Parece que de uma hora pra outra tudo que era bom virou veneno!! Claro que são outros tempos... mais sedentários, tempos de menos atividades físicas e maiores confortos, mas fico sempre chocada quando percebo que hoje existe um controle tão grande em torno da alimentação que tudo aquilo que não é integral ou light ou saudável é, necessariamente, um veneno que deve ser mantido longe do alcance das crianças.
Pobres crianças essas do século XXI! Será que nunca vão comer açúcar no pote (!) ou tomar leite condensado por um furinho na lata sem que os pais passem por criminosos?!
Nãããoooo, não, não... não estou aqui incentivando maus hábitos alimentares, longe disso, sou uma entusiasta e praticante convicta da alimentação saudável, mas estou tentando chamar atenção para o equilíbrio... incluindo, inclusive, alimentos não tão saudáveis assim nos cardápios. Do contrário, chegará o tempo que as crianças vão passar sua infância sem saber o que é batata frita, suspiro, pão branco e... refrigerante!
Com papai e mamãe por perto, controlando as quantidades e ensinando o que é bom, no final, acaba dando tudo certo!! Estou eu aqui para provar, afinal, fui uma dessas que preferia refrigerante à água, batata frita à cozida, salgadinho à comida, brigadeiro às frutas, mas esse tempo passou e eu sobrevivi. Mais importante do que proibir as bobagens é os pais estarem sempre por perto para controlar os excessos e equilibrar com o que é saudável. Ensinar o equilíbrio evita que os extremos venham à tona.
Feliz dia das crianças... com direito a bala, refrigerante e salgadinho... só hoje, vai!!