domingo, 19 de abril de 2009

Efeitos Especiais

Há algum tempo, eu e alguns amigos nos encontramos para visitar a super-mega-blaster exposição de Pablo Picasso na Oca do Parque do Ibirapuera em São Paulo. Exposição divina, embora eu seja suspeita para falar, já que sou fã do Pablito!
Por razões que a própria razão desconhece e motivos até hoje não explicados, muito menos entendidos, demoramos uma encarnação e meia para chegar ao Parque, mais meia vida para chegar à Oca. No entanto, a vontade de imergir na arte cubista era tamanha que pulamos um detalhe que, mais tarde, se revelou de suma importância: uma boquinha antes de iniciarmos a visita.

Ao contrário da maioria das ocas indígenas, a do Ibirapuera é gigantesca... não tão grande quanto a reserva Raposa Serra do Sol, mas, certamente, bem maior que a maioria das casas populares. Enfim, o fato é que o percurso por toda a exposição levou horas e horas e horas, afinal, além do espaço ser imenso, como bem se sabe, uma obra de arte deve ser apreciada com certo vagar, o que então se dirá de centenas delas? E assim, com vagar e atenção, a fizemos.

Olha daqui, olha de lá, obra daqui, obra de lá. Depois de algumas horas, notamos que nossos comentários sobre as obras começaram a ficar um tanto delirantes. O próprio olhar sobre elas tornou-se diferente, quase psicodélico. Coisas esquisitíssimas começaram acontecer. Certas partes saltavam das telas tal como nos filmes em 3D. Era quase possível tocar as imagens que flutuavam no ar. A arte tornava-se etérea bem diante de nossos olhos, nossos corpos estavam leves. Não andávamos mais pela Oca... ela andava em torno de nós.

Teria a arte tomado conta de nós a ponto de podermos vivenciá-la fisicamente?!

Hummm, não.

Aquelas sensações tinham um nome: fome. Fome das brabas! Fome de nos deixar vesgos. Fome de baixar a pressão a zero. Fome de nos fazer ver o próprio Pablo ao nosso lado (...uma das amigas jura até hoje que ele mesmo explicou uma obra para ela... medo!).

Somando o tempo de percurso mais o tempo de caminhada dentro da Oca, estávamos há pelo menos 10 horas sem colocar nem uma gota d'água na boca. Parece pouco, mas para nós foi o suficiente para vivenciarmos a arte cubista de uma outra forma! Antes que passássemos dos delírios às agressões verbais e/ou físicas, fizemos uma pausinha para um lanche reforçado.

Depois do recreio, a exposição foi vista com outros olhos... não tinha mais o efeito 3D e o Pablo não nos quis falar mais nada!!

Agora estou na dúvida: dou a dica de comer antes de visitar uma exposição de arte ou digo para visitar a tal exposição num jejum mínimo de 12 horas?! Escolham a opção que mais atraí-los, certo?! Depois dessa, prefiro fazer um lanche reforçado... fiquei com medo do Pablo!hehehehe
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Ah! E por falar em oca... Feliz Dia do Índio!

7 comentários:

Ela é carioca disse...

Nunca visitei esposição com fome, não que eu me lembre.
Maaaas a fome também causa sensações extra-sensoriais em mim, se não como me transformo!
Fica a dica: uma frutinha ou barrinha (pra quem gosta) dentro da bolsa se torna um banquete nessas horas.

Bjks

Lílian disse...

Muito bom, Fabi!

Hugo Zanardi disse...

Nossa melhor que qlqr tóxico hein!? Brisando geral.... vou ficar em jejum na virada cultural... pensa na vibe do último show as 18h do domingo... o vibe ou SAMU?!?!

Everson Bertucci disse...

que incrível! Você é ótima mesmo! Que sacada fantástica em relação às datas e objetos significativos.

Regis disse...

dia de índio mesmo... mas já passou!!! curar a ressaca com uma exposição psicodélica seria uma boa!

Marina disse...

Fabi, tb adoro o "Pablito"! rssss
bjs

Unknown disse...

Paulinhaaa, amaçã estava na bolsa, o prolbema é que não permitem que comam no percusros da exposição... nem chiclete a gente pode mascar!
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Obrigada, Lílian!
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Hugo, kkkkkkkkkkk, não sei se fome em qualquer circunstância dá essa 'vibe', a união de cubismo e fome é batata! hehehe
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Aaaaaaaah, Everson, assim eu fico tímida! hehehe Obrigada!
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Miguelito... saudade!
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Marina, somos garotas de bom gosto, heim?!
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Beijocas a todos!