domingo, 7 de junho de 2009

Será que vai chover?!


Sabe aqueles dias de boa preguiça? Dias de friozinho (ou de friozão como os dessa última semana em São Paulo), dias de garoa, dias de chuva. Sabe aqueles dias de saudade de seja lá o que for?! Saudade de outros dias, de outros lugares, tempos passados ou que ainda nem aconteceram. Sabe aqueles dias de lembranças?! Lembranças de pessoas queridas, de quem está pertinho ou muito longe ou muito, muito longe.

Numa dessas tardes, de um desses dias, bate aquela vontade de comer alguma coisinha aconchegante. Alguma besteirinha que não apenas satisfaça o estômago, mas que também provoque a memória, que remexa seu baú de lembranças. Sabe o que acompanha esses dias?! Bolinho de chuva!

Não, não, não é a coisa mais saudável do mundo, afinal, é um bolinho frito, mas e daí de vez em quando?!

Esse é um bolinho que me faz lembrar de coisas boas, de tempos bons, de pessoas queridas. É um bolinho que, pra mim, poderia se chamar bolinho de saudade. E que também é uma delícia para comer junto de pessoas queridas, acompanhando um bom papo, em dias que a gente talvez nem se dê conta de como é feliz por ter as pessoas que amamos por perto, ainda que estejam longe.

Esse bolinho faz tudo isso!

Quer uma receita bacana e que fica bem sequinha e crocante?! Taí, ó:


1 ovo

1/2 copo de leite

3 ou 4 colheres de sopa de açúcar (depende de como você prefere, mais docinho ou mais neutro... pra recehear com doce de leite ou geleia!!)

2 colheres de sopa rasas de amido de milho (pra deixar seu bolinho mega fofíssimo)

2 colheres de sopa de aveia (pra dar uma forcinha nas fibras, né?!)

1 e 1/2 xícara de chá de farinha de trigo ( se preferir, fracione com farinha integral)

1/2 colher de sopa de fermento em pó

açúcar e canela em pó para polvilhar


(Dica importantíssima: nunca, jamais, nem sob tortura, coloque margarina ou manteiga na massa... esses ingredientes é que fazem o bolinho chupar a panela inteira de óleo. Quer bolinhos sequinhos?! Esqueça a margarina e a manteiga!)


O modo de fazer é aquele para mestre cuca: numa tigela, misture o ovo, o açúcar e o leite. Assim que a mistura estiver homogênea, acrescente a aveia, o amido de milho e vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo. O ponto é uma massa cremosa e consistente, nem muito líquida, nem muito seca. Por último adicione o fermento em pó com mais um pouquinho (uma colher rasa) de farinha e mexa bem. Deixe a massa descansar por mais ou menos 10 minutos. Enquanto ela repousa, coloque óleo (novo, heim?!) numa frigideira, panelinha, tacho ou recipiente de fritura de sua preferência e deixe aquecer em fogo brando. Forre uma tigela com gardanapos de papel. Quando o óleo estiver quente, mas não pegando fogo, nem soltando labaredas e fumaça verde, modele os bolinhos com a ajuda de duas colheres, diretamente no óleo. Deixe fritar dos dois lados (...eles se viram sozinhos na panela! Uau! Assim que um lado está frito, ele vira a bundinha pra cima pra fritar o outro lado!!!) e coloque na tigela forrada. Quando todos estiverem fritos (...Ah! importante: dizem as vovós que se você comer um bolinho antes de terminar de fritar todos, os outros irão ficar encharcados, crus e horripilantes!! Pelo sim ou pelo não, melhor fritar tudo antes de provar!), polvilhe açúcar e canela sobre eles. Se estiver inspirado, recheie com doce de leite ou alguma geleia que está dando sopa na geladeira. Agora é só passar aquele balde de café fresquinho (...ou chá mate quentinho!) e se entregar às memórias, a um bom papo, às cobertas, à preguiça ou ao que mais lhe agrade!


O bolinho é de chuva, mas nem precisa se preguntar se vai chover! Seja subversivo: coma bolinho de chuva em tardes de sol! Mais importante é ter do que ou de quem se lembrar com carinho.

Um comentário:

Hugo Zanardi disse...

ai ai, deu até uma vontadezinha de chorar... Vovó, Doug no japão, alguém especial que passou.... não tem bolinho de chuva... mas a garrafa de café que me aguarde já volto!!!