domingo, 18 de julho de 2010

Ninguém manda no meu chopp!


Dia desses, depois de um longo dia de trabalho, finalmente consegui combinar uma happy hour com algumas amigas que não via há séculos. Para brindar o momento, nada melhor do que um choppinho gelado, pois não?! Teria sido, se o referido choppinho não tivesse sido motivo de estresse! Pode uma coisa dessas?!

Pois aconteceu e eu vou contar:


Foi num Quiosque da Brahma. Sentadinhas, as três amiguinhas resolveram iniciar os trabalhos. Penduradas no balcão, observando o suave derramar do chopp dentro do copo, duas delas fizeram um inocente pedido, sem saber que aquilo quase-quase causara um infarto na atendente:

- Queremos o nosso sem colarinho, por favor!

Ao pedido, a resposta foi um solene 'cri-cri-cri' de grilos no silêncio e o demarramar da espuma completando o copo.

Quando se é ignorada, a sensibilidade aumenta e pudemos perceber que a tal atendente arregalou os olhos, sua respiração ficou rápida e seu coração passou a bater tal qual tamborim na concentração, minutos antes de entar na avenida. A pobrezinha estava infartando!

Mais do que rapidamente, pegamos nossos copos e fomos para a mesa. Claaaro que lá chegando, sentimo-nos obrigadas a maldizer duramente o recente acontecimento.

Enquanto bufávamos, a dona da 'lojinha' se aproximou da mesa intencionando dissertar sobre seus porquês:

- Oi, eu vim aqui pedir desculpas e explicar pra vocês. Um monte de coisa que a gente faz tem regras, não tem?! Então, o chopp da Brahma também tem uma regrinhaaaa: tem que ter três dedos de colarinho.

- Regra pra beber chopp?! Essa é boa! - disse uma delas em tom nitidamente sarcástico.

- Ah, mas isso não é a gente que diz... é a Brahma que orienta. Eu já liguei pra lá dizendo que os clientes não gostam, mas eles dizem que até podemos perder alguns clientes, mas que em menos de um ano teremos bons clientes.

(Pausa no diálogo para um segundo de revolta: será que eu entendi bem?! Ela disse que a Brahma disse pra ela não se importar em perder clientes porque só os bons ficariam?! É isso?!)

- Ah, mas então somos os péssimos clientes que você acaba de perder!!

- Mas olha, é que a Brahma diz que o chopp perfeito tem que ter três dedos de colarinho...

- Essa é a sua opinião e da Brahma, mas será que a do cliente não deveria ser levada em conta?! O chopp perfeitoo, pra mim, é o que eu escolho, do jeito que eu gosto.

- Ah, mas é que aqui é assim!

- Já entendemos e por isso, terminando esse, vamos continuar bebendo em outro lugar, onde não seremos obrigadas a nada!


Curioso que em qualquer outro lugar onde o chopp da Brahma é vendido, peço sem colarinho e sou atendida sem ficar de castigo no milho por isso. Partindo do princípio universal de que o cliente tem sempre razão, se eu quiser colocar uma colher de açúcar no meu chopp, o problema é meu, né não?! Adivinha se bebo de novo num Quiosque da Brahma! Nunquinha. Ninguém manda no meu chopp.


Bebemos o restante num gole e saímos rapidinho, antes que a doninha viesse com mais uma lista de regras e/ou nos mandasse bater continência. Sai pra lá!

Um comentário:

Ricardo disse...

Ah, Fabi. É que esses quiosques são franquias e como tal tem que obedecer essas regras do franqueador, sejam elas coerentes ou não.

Mas acho que vale um e-mail para a Brahma dos "Apreciadores de Chopp Sem Colarinho do Brasil" mostrando sua indignação!