Saudade do meu pretinho...
A temporada fora foi curta, apenas 12 dias, mas foi suficiente para sentir na pele o que considerava que não iria sentir: saudade! Saudade da caminha, da casa, do Brasil?? Nada disso! Doze dias é muito pouco tempo para tanto, mas são o suficiente para sentir saudade de comida... mais especificamente de uma bebida em particular.
Confesso que sempre considerei um pouco exagerados os relatos de amigos que passaram temporadas (curtas ou longas) fora do país que diziam que sentiram muuuuita de falta de x, y ou z. Sendo que o que imperava dentre essas listas era o feijão! Minha conclusão: me dei bem! Nunca vou sentir falta de feijão porque não como esse trem, logo, posso passar o tempo que for longe do Brasil que nem vou sentir! Bobinha!
De feijão, realmente não senti falta (era só o que faltava: não pode nem com o cheiro disso no Brasil daí, cruza o oceano e já fica sonhando com o carioquinha... toc-toc-toc!), especialmente na Itália, onde posso encontrar a cada passo um lugar que sirva minha comida favorita: a italiana! No entanto, já no segundo dia comecei a sentir aquele apertinho no coração a cada vez que me lembrava do meu pretinho... meu café... meu Melittinha coado, morninho, docinho...
O café da manhã, no sentido de primeira refeição do dia, era tomado num café lindinho ao lado do hotel (já mencionei que a melhor coisa no café da manhã era o italiano maravilhoso que tirava o café?? acho que já, mas vale repetir para fixar!!). Como não falo italiano (exceto palavrões... o que não seria muito útil, nem fino de minha parte, para fazer um pedido no balcão!), não tinha muito o que ficar perguntando sobre as opções, então, no primeiro dia pedi um "uno capucciiiiiino", com meu melhor sotaque "das Mooca". Eu, que há anos só bebo leite desnatado, me vi diante de uma xícara enooooorme de algo que classifico como leite "com obesidade mórbida", com um pouco de café e uma poerinha de chocolate e sem canela (muito curioso!!), mas um croissant gigantesco.
No segundo dia, gastando meu vasto italiano, pedi "uno cafe macciaaaaato". Uma xicrinha de 50ml com café e a tal mancha de leite (que mais parecia chantily, já que era feito com o tal leite gorducho!). No terceiro dia, claro que já estava tendo tremores de abstinência de litros de café, então pedi "uno expreeeeesso". Foi quando vi que havia ali, naquele país, uma conspiração contra a minha pessoa: havia a clara intenção de ver como a Fabizinha aqui ficava sem uma dose decente de cafeína. Paranoia? Que nada! Acreditariam em mim se tivessem visto o que era a porção de expresso servida: um borrãozinho no fundo da xícara. Um rico eurinho para 3 ml de café. Por que a porção de café era tão pequena e a de leite de imensa? Minha teoria é que o café vai, de navio, da América do Sul para lá (encarecendo sobremaneira a bebidinha), enquanto que o leite... bom, esse era tirado da mimosa que eles deviam criar no fundo do café!
Fui levando do jeito que dava, tomando 20 porções de capuccino por dia para manter o nível de cafeína num índice seguro à minha sobrevivência. O melhor, e mais bonito, deles foi tomado em Nápole (é o da foto) que, embora não tivesse sido feito pelo gatíssimo de Roma, era o que tinha a combinação de ingredientes mais equilibrada e... claro... com canela!
Em Paris, bom... as histórias de Paris vão ficar para outro dia, especialmente as que tratam do café da manhã! Apenas menciono que, quando finalmente encontrei um lugar que servia café duplo (meu coração até disparou quando li isso na placa!), no café da Torre Eiffel, quis me jogar de lá de cima depois do primeiro gole: era café americano! Descrevendo em poucas palavras: uma água de batata fumegante! Nojento.
Quando foi que percebi que estava com saudade?! Quando, na Fontana Di Trevi (fonte [lindíssima] que tem a fama de realizar os desejos de quem joga moedas), em Roma, joguei 1 euro pedindo uma boa caneca de café Melitta, coado, morninho, docinho*!
*Se a Fontana realizou meu pedido? Sim, sim, mas só em casa, no Brasil!
4 comentários:
Amiga!!
Compartilhei com você a saudade de um café quentinho e saboroso!
Na Itália, o que nos serviram foi "quase" um café...em um gole a xícara já estava vazia...rsrsrsrs
Nossa salvação foi o capuccino mesmo!
Beijos,
Bárbara
Adorei o "leite com obesidade mórbida"! Kkkkk. E olha, eu amei aquele leite! Sério mesmo, quase senti saudades dele agora (eu disse quase).
Vou esperar o seu relato da primeira e mais importante refeição do dia em Paris. Foi trágico! Mas não vou adiantar nada para os seus leitores. Bjs!!!
Oi Fabi! Adorei seu blog! Estou querendo fazer pão em casa e congelá-lo. Daí caí no seu post da aula de yoga, do pão caseiro... Adorei a receita e vou fazê-la com certeza. A dúvida que me resta é: você os congela inteiro ou os fatia antes?
Abraços!
OI, Aline!!!! Obrigada pela visita e volte sempre, ok?!
Bom, quanto ao pão... eu sempre fatio antes de congelar porque como de porções pequenas e também porque descongela mais rápido!
Depois me conta como ficou! E vai soltando a imaginação... pão é generoso... aceita muitas ideias!
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