domingo, 8 de abril de 2012

Petit déjeuner très difficile



Em Paris, ao chegar no hotel (depois de vencer uma épica batalha logística com o senhor Charles De Gaule*), o mounsieur da recepção, antes de nos entregar a chave de nosso quarto, fez suas continhas e, para fechá-las, perguntou se gostaríamos de incluir o café da manhã nas diárias, sendo acrescido 6 euros por dia (cerca de R$ 18). A amiga que não come (!) foi rápida na resposta: "não!"; eu e a outra amiga, pensamos um pouquinho e, consultadas nossas ilusões mais românticas sobre Paris, imaginamos nosso petit déjeuner (café da manhã) num buffet francês, à moda (leia-se, à fartura) brasileira: "non, merci!".



Já passava das 22h quando conseguimos "ajeitar" (bem entre aspas, viu?!) nossas coisas no quarto para, então, sairmos para comer alguma coisa. Não ficamos exatamente em Paris, mas em Ille de France, bairro residencial. Lá fora, frio de freezer (não digo de congelador porque não estava nevando! mas podíamos ver a fumacinha branca rolando pelos ares... tal qual um freezer!). Andamos um, dois, três, quatro... um bilhão de quarteirões e... nada... nenhum restaurante aberto. Quando tudo parecia perdido, justamente a amiga que não come encontrou uma... adivinha... pizzaria aberta!! Nosso primeiro dia na França, depois de 7 na Itália, seria brindado com uma pizza preparada por um napolitano legítimo... todo simpatia! Pizza divina e maravilhosa.



No dia seguinte, acordamos cheias de disposição (ou quase isso) e nos pirulitamos para rua. Antes de qualquer coisa: café da manhã. E, juro, não sei porque cargas d'água, os caminhos resolveram brincar conosco!! Não sei o que acontece com aquele bairro, mas simplesmente não conseguíamos acertar um único caminho sequer!!!



Depois de rodar um bucado (no último dia nos demos conta de que tudo estava ao lado do hotel, mas por ironia de alguém, não se sabe quem, sempre andávamos quilômetros para encontrar um mercadinho que fosse!), encontramos um café que justificou toda aquela andança. O café da Bárbara e do Alexandre, onde tomamos o melhor café de todos, acompanhado de um pão divino! Ele todo encantado com o Brasil... conhece Trancoso (que custo dizer esse nome!) e está louco para voltar aos trópicos (aliás, diga-se de passagem: a cada 10 parisienses para quem dizíamos que éramos brasileiras, 5 dizia que quer conehcer e 5 dizia que quer morar aqui! très chic ser brasileiro na França, viu?!). Peninha que esse lugar fofo ficava no fim do arco-íris e, portanto, nos demais dias, não conseguimos tomar café por lá... sempre estava fechado... coisa muito estranha!



Estranhas, estranhas mesmo... são as padarias. Vejam só que coisa mais curiosa: nas padarias, vendem-se apenas, tão somente, não mais do que... pães! Então, de pão em punho, fomos à cata do café... encontrado... ah-rá... na tabacaria!



Uma verdadeira batalha que se tratava todas as manhãs em busca do petit déjeuner du matin. O mais bizarro nessa busca é o fato de que, talvez abestalhadas pela fome lancinante que já paralisava nossos vigorosos e engenhosos cérebros, não recorremos à mais óbvia e trivial das soluções: o café da manhã do hotel, poxa!!! Só no último dia, depois de quase perdermos o gosto pela vida, eu e a amiga, que também acorda tal qual um leão faminto, optamos pela mais racional das alternativas: o bom, pertinho, confortável, gostosinho e muito bem pago (senão quase de graça, tendo em vista que não há dinheiro que pague a Paz!) café da manhã do hotel.



Claro que teve toda a parte maravilhosa, indescritível, inacreditável, glamourosa e fantástica de Paris... mas abordar esse aspecto da Cidade Luz seria tão clichê... então, resolvi, para fechar essa minimicrotemporadinha na Europa falando da maior dificuldade enfrentada: a fome!!!!!!!!



Ah, sim... uma dica preciosa para quem vai à França e, assim como eu, é cheio de frescurinhas para comer: PAUL! Uma rede de lanchonetes (???) espalhadas por toda a Paris e que tem os lanches mais incríveis, saborosos, gigantescos e maravilhosos para encher a barriguinha durante suas andanças! Mais uma coisa: pelo amor de Deus Todo Poderoso... não arrede pé de Paris sem provar (apreciar, devorar) os macarrons... nuvens de amêndoa que derretem na boca!! E os chocolates... Lindt por todos os lados, chega a ser ordinário (e muito barato, importante dizer)! Hummm... olha eu aqui, falando de maravilhas... mas acho que Paris é isso, acho que todos que saem de lá já o fazem pensando na volta, como se fosse ali!

*o aeroporto cujos caminhos para sair deixam São Longuinho precisando de GPS!

3 comentários:

Sara disse...

Nossa, lendo agora, é engraçado, mas foi duro! Foi estressante procurar toda manhã um lugar para tomar café, pensando no tempo que estávamos perdendo, no tempo que podíamos estar aproveitando as maravilhas de Paris, e a imagem que me vinha é que os lugares (lanchonetes, padarias, etc) percebiam que a gente estava chegando e mudavam de localização, como em um filme surreal, quase de terror. Bom, estou dramática! E olha que eu sou a "amiga que não come" heheh.

Unknown disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk é verdade, Sarita!!!! Aposto que os lugares ficavam mudando de lugar só para nos fazer de besta!!!!!!!!!!!
Bjks!!!

Ricardo disse...

Faz tempo que eu quero comer Macarons. Mas como ir à França estão nos meus planos "far,far away", estou pensando é em fazer uma fornada deles aqui mesmo.

Você quer uns para lembrar de lá? (LEMBRAR! Comparar com os de lá é covardia!) :D