domingo, 19 de setembro de 2010

Convite para o almoço na casa de estranhos?! Corra.


Ah, os riscos que um inocente convite para o almoço pode esconder! Quem nunca se viu numa tremenda roubada depois de, delicadamente, aceitar a oferta de uma refeição na casa de um 'desconhecido'?


Se o anfitrião for conhecido/ íntimo é possível, sendo o caso, ter uma noção do que o aguarda. Portanto, ainda que não se possa ter certeza absoluta de que o que o aguarda nas panelas seja de seu estrito agrado, você poderá, valendo-se da boa amizade e do bom eufemismo, dizer que ‘Poxa vida! Fica pra uma próxima’.


No entanto, quando aquele que faz o convite não pertence ao seu círculo de íntimo convívio e, mais, sua relação com o referido sujeito precisa, necessariamente, ser regida pela política-da-boa-vizinhança, daí, meu caro... lascou!


Receber um convite desses significa risco total. É como se jogar no vazio sem para-quedas, descer a serra num fusca sem freio, aceitar conhecer aquela pessoa blaster-linda da foto do Orkut, ou seja, não dá para prever o que irá acontecer. Pode ser que depois da queda livre um colchão fofo o aguarde, air-bags pulem (milagrosamente) do painel no momento da batida ou a pessoa que o espera logo ali seja, de fato, a cara do Brad Pitt/Angelina Jolie (conforme o caso), resumindo: pode ser que a refeição seja uma bela surpresa.


Certo mesmo é que não há como adivinhar, mas há como fugir! Anote aí algumas desculpas-esfarrapadas de grande utilidade:


1) ‘Sou vegetariano desde criancinha’ – isso pode livrá-lo de comer aquela carne ensopada esquisitíssima que parece estar viva na panela.


2) ‘Sou ovo-lacto-vegetariano desde criancinha’ ­– pensando no fato de que você possa estar verde de fome, dizer isso reserva-lhe o direito de pedir um ovo cozido (nunca frito, ok?! Lembre-se você não conhece a idade do óleo!!) e, ainda, sendo seu dia de sorte, ainda pode garantir um docinho de leite de sobremesa!!


3) ‘Sou vegetariano macrobiótico’ – não sendo possível o ovinho salvador, coloque o mínimo das outras opções de comida possível no prato (arrozinho, saladinha...) e coma muito, muito, muito lentamente, diga que precisa mastigar 40 vezes antes de engolir e, por isso, sente-se saciado com porções inacreditavelmente pequenas.


4) ‘Alimento-me de luz’ – se tudo que houver na mesa parecer-lhe um tanto estranho, apele! Diga que não come, nem bebe nada. Se alimento é a luz. Levante-se da mesa vá para a janela abra os braços e olhe com cara de doido para o sol (de olhos fechados, ok?!). Caso esbarre com o anfitrião num rodízio qualquer, faça um ar de alívio e diga que largou daquela vida maluca e descobriu o prazer nos alimentos de verdade!


Por mais que sempre existam aqueles que topam qualquer parada, que têm estômago de avestruz, uma hora ou outra eles hão de deparar-se com um convite para uma refeição estranhíssima a qual não poderão recusar. Usem as dicas! Usem as dicas! Ou, simplesmente, corram.

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