domingo, 6 de dezembro de 2009

Um caso (psicótico) de amor


Vejam só se é ou não perseguição:

Estava eu subindo as escadas no trabalho, feliz e saltitante, quando de repente meu olhos foram atraídos por uma figura familiar.


- ...não, não pode ser... aqui não! pensei enquanto ia para o alto e avante.


Mas, sabem como é a sistemática da ideia fixa, pois não?! A danada gruda no pensamento e não quer mais sair de lá. Então, ainda que a lógica me dissesse o contrário, que meu amor simplesmente não poderia estar naquele lugar, naquele momento, voltei alguns lances de escada até o andar onde o tinha visto (ou achava que tinha visto) para investigar. Já de longe tive a certeza: era ele!


Meu coração disparou na hora. A felicidade tomou conta de mim no mesmo instante, mas logo o sentimento de culpa foi mais forte, me dominou e as perguntas vinham às enxurradas:


- ...como pude não o ter visto antes?! Quantas e quantas vezes eu devo ter passado por ele sem tê-lo reconhecido?! Será que o amor não é mais o mesmo?! Será que eu não sou mais a mesma?!


Por mais que eu tentasse trabalhar, aquela imagem não saía da minha cabeça. Eu tinha que resolver aquela história. Procurei por quem poderia me ajudar naquele momento: as meinas da copa!


- Oi! Com licença! Deixa eu fazer uma pergunta pra vocês.


- Pois não, está faltando alguma coisa lá em cima?!


- Não, nada, obrigada! É que eu preciso saber de uma coisa, ante sque eu fique maluca: qual a marca de café que vocês usam aqui?!


- Brasileiro!


Fiquei trsite e feliz ao memso tempo. Já explico.


- Ah, bom. Sabem o que é?! Hoje quando estava subindo as escadas vi uma caixinha de café Melitta toda dobrada servindo de calço de uma porta e fiquei me perguntando como é que ela veio parar aqui!


- É que antes eles compravam café Melitta... nessa época era uma bênção, moça, ninguém reclamava do café. Até ligavam para elogiar, imagina só! Agora, a senhora não faz ideia de quanto café sobra nas garrafas pra jogar fora!


Taí! Não estava ficando doida, não! Eu vi mesmo uma caixinha de café Melitta. Mas como disse, se fiquei triste por saber que o café usado não era mais meu amorzinho, por outro fiquei feliz... isso porque maldigo o café todos os dias... seria o fim da picada saber que se tratava de um Melitta legítimo... por alguns instantes achei que o amor tinha cabado... ou pior: meu bom padalar para cafés!!


No fim ficou tudo esclarecido... mas digam, digam: é perseguição, não é?!

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