domingo, 28 de dezembro de 2008

Não deixe para 2009 o que se pode fazer ainda em 2008!!

Último fim de semana de 2008. Não há muito mais o que fazer. Evidentemente, aquela lista enorme de metas feita no início do ano já foi todinha cumprida (né?!), então, só nos resta relaxar e desfrutar dos últimos dias desse ano. Enquanto o Ano-Novo não chega, nada melhor do que um belisquete gostosinho para distrair o estômago durante a espera, afinal, a fase de comilança ainda não acabou!
Imaginando que a maioria das pessoas enfiou os dois pés na jaca e caiu de boca no panetone na semana do Natal, que tal uma receitinha tradicional dessa época?! Rabanadas! Porém, numa versão mais saudável e light (mas não menos saborosa e deliciosa) para começar ainda no ano velho a promessa da dieta equilibrada do ano novo!

As receitas tradicionais de rabanada "recomendam" fritura em imersão, ou seja, pega-se um pedaço de pão, embebido em leite e ovo, e joga-o num balde óleo... o resultado?! Uma esponja que sugou todo o óleo da frigideira e irá destruir o pobre fígado que estiver pela frente! Ui! Em casa, seguindo a tradição de nunca seguir uma receita à risca, há uma versão "grelhada" de rabanada! Para deixá-la mais personalizada, dei um toque especial! Vejam:

1 pão francês amanhecido cortado em fatias de 1,5 cm de espessura (aproximadamente)
3/4 de xícara de chá de leite (desnatado)
1 colher de sopa de leite condensado (desnatado)
2 colheres de sopa de coco ralado (desengordurado e sem açúcar)
1 ovo
1 colher de sobremesa de açúcar (ou adoçante culinário)
essência de amêndoa (ou qualquer outra, embora a de amêndoa deixe um sabor incrível!)
canela em pó
açúcar cristal (bem pouqinho... para polvilhar no final!)

Em um prato, misture o leite, o leite condensado, o coco e duas ou três gotas da essência de amêndoas (é pouquinho mesmo... a essência de amêndoas é perigosamente forte e aromática, por isso, deve ser usada com parcimônia!). Reserve. Em outro prato, quebre o ovo(...como se sabe, é a gema a parte mais calórica do ovo, por isso, caso queira, com a ajuda de uma colher, retire metade dela e despache em água corrente!), polvilhe uma nuvem de canela em pó (traduzindo para medidas convencionais: aproximadamente 1/2 colher de café!) e acrescente o açúcar ou adoçante culinário, bata bem com um garfo e reserve. Pegue uma fatia do pão e umedeça-o, dos dois lados, na mistura de leite, tomando o cuidado de não se esquecer da vida e deixar o pão sugar a mistura toda! Coloque num prato à parte. Repita o processo com as demais fatias. Caso o coco não tenha grudado nas fatias, vá colocando uma porçãozinha em cada uma delas com o auxílio de uma colher. Em seguida, passe, uma a uma, as fatias pela mistura de ovo. Essa passada deve ser rápida, para deixar uma camada fina, não deixa o pão descansar no ovo, lembrando que a receita é de rabanada, não de omelete de pão! Feito isso com todas as fatias, hora de "grelhar"! Para tal, apenas unte, com um tiquinho de óleo (tiquinho=uma colher de café), uma frigideira antiaderente (que ainda seja antiaderente!) e leve ao fogo. Quando a frigideira estiver quente, acomode as rabanadas e doure-as em fogo baixo por mais ou menos 2 minutos. Levante a beirinha de uma delas para ver se está da cor de seu agrado, se estiver, vá virando, uma a uma e espere dourar do outro lado pelo mesmo tempo. Quando estiverem prontas, coloque num prato e polvilhe com canela e açúcar cristal. Pronto! Parece que dá trabalho, mas não dá, além disso, ficam deliciosas! A essência de amêndoa deixa um perfume divino e o coco dá um toque diferente. Ficam crocantes por fora e molhadinhas e macias por dentro (...além de lindíssimas: olha a foto delas ali em cima!). Acompanhamento perfeito para aquele café fresquinho, cheiroso e gostoso!

Fim de ano é sempre um bom momento para fazer um balanço do ano que está quase subindo no telhado e para pensar em tuuuuudo que se pretende fazer no que está chegando logo ali. Mordiscando uma rabanada tão leve e gostosa, os planos, assim como o balanço, têm grandes chances de serem todos doces!! Tchau, 2008!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Feliz Gula Sazonal!

E lá vem o Natal! Nessa época, há tanto o que pensar, fazer, visitar, comprar e comer que o motivo da festa, se vacilar, acaba virando mero pano de fundo. O fim de ano é uma desculpa perfeita para alguns exageros, mas consumismo, hipocrisia e amnésia à parte, falemos da gula, o pecado capital oficial das festas dezembrinas.

Difícil não se render às tentações, o cardápio é alucinante. Há uma infinidade de deliciosas e irresistíveis opções e uma característica comum a grande maioria delas: a sazonalidade. Alguém come peru em março, chester em abril, tender em maio, panetone em junho, rabanada em agosto, bolo de natal (!) em setembro? Não, né?!

A vontade pode até existir, mas nos supermercados, peru e chester, por exemplo, só são encontrados em dezembro (...sem contar as promoções-fim-de-festas em janeiro!); nos últimos anos, o panetone tem sido vendido durante outros meses em algumas padarias, mas é certo que não fazem o mesmo sucesso que no último mês do ano; já a rabanada, que não depende de ingredientes sazonais, só é lembrada, feita e degustada quando os primeiros sinos natalinos começam a soar. Ainda que fosse possível preparar as igruarias natalinas fora de época, faltaria um ingrediente fundamental: a tradição! Tempero indispensável.

Algumas guloseimas nem combinam com o verão-tropical-brasileiro*, mas com algum sacrifício e perigando ter um piriri, come-se e bebe-se com prazer, com o coração, com os olhos! É tudo tão bonito, cheiroso e gostoso que nem dá tempo de pensar na dieta ou na moderação, a dona Gula acaba falando mais alto e as porções, conseqüentemente, acabam ficando maiores, mais pesadas, beeem mais gordinhas**. Mas são sabores especiais, comidinhas com cheiro de festa, com gosto de fim de ano, merecem ser degustadas sem constrangimentos.

Além disso, ao contrário de outras, a Gula de dezembro é diferente, é sazonal, vem trazida pelo clima de alegria, nem se percebe sua chegada, é quase uma querida da família, quando vai ver, lá está ela, fazendo seu prato em todas as confraternizações e ceia! O jeito é se render aos apelos do estômago, dos olhos e da tia Gula! E se a culpa resolver assombrar, aí vai uma frase dita pelo nutrólogo João Curvo, um consolo aos deslizes e um incentivo à dieta de janeiro:"O que engorda é o que você come do Ano-Novo ao Natal, não o que você come do Natal ao Ano-Novo".
Feliz Natal, feliz ceia, feliz rabanada*** a todos!
PS: a foto desse post peguei no site: http://www.marthastewart.com/ ...confesso que não achei exatamente bonita... fica parecendo guirlanda de porta de centro de umbanda, mas achei inusitada, além disso, combina com o tema Natal-Comida do texto! Não colocaria na minha casa nem a pau! Seria a festa dos pombos de plantão... eca!

*que começa hoje... embora eu esteja batendo o queixo de frio em SP...
** a dona Culpa tirou férias e só volta lá pra janeiro!
*** a melhor coisa do Natal, dividindo posição com o panetone, claro!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Nova idade, velhos hábitos!

Perceberam que hoje o dia amanheceu mais bonito, o Sol mais brilhante, o ar está mais puro, que as energias estão todas em harmonia, os gatinhos ronronando, os passarinhos cantando com mais alegria?! Notaram?! Eu tenho uma explicação: hoje é meu aniversário!!! Eu adoro, comemoro mesmo!
Ontem, enquanto fazia meu bolo, aproveitei para fazer aquela revisão-básica-pré-aniversário. Em meio a fôrmas, espátulas, farinha, ovos, leite, doces, chocolates, fui percebendo que alguns hábitos específicos, na cozinha, não mudaram nada ou mudaram muito pouco ao longo dos meus poucos (pouquíssimos) anos de vida.

O bolo de aniversário feito em casa é lei, desde o primeiro ano! Aniversário tem de ter bolo, velas e pedido. A diferença é que nos últimos anos quem faz meu bolo sou eu mesma, com todo amor, carinho, chocolate e doce de leite que uma pessoa é capaz.

Quando era criança, enquanto minha mãe preparava o bolo, eu e minha irmã ficávamos penduradas nela esperando para lamber a tigela e a espátula da batedeira. Havia uma regra: a aniversariante do dia tinha a preferência pela tigela, a espátula sobrava para a outra. O mesmo valia para a panela e colher do recheio e cobertura. Depois de crescidas, com mais idade, é óbvio que isso mudou: a aniversariante tem preferência total em tudo e não divide nada com ninguém!! O mais incrível nisso é que a massa crua, raspadinha até a última manchinha, continua deliciosa.

A lata de leite condensado: o sonho de consumo, a cobiça maior, a delícia das delícias! Para não dar briga, minha mãe dava a lata para a aniversariante e uma colherinha para a não-aniversariante. Mas, ainda que a colher pudesse ter mais do doce, a lata sempre era a mais saborosa porque havia a aventura de enfiar o dedo naquela lata cheia de rebarbas cortantes, o acúmulo nos cantinhos, a lambida na tampa e a mãe com o coração na boca, dando bronca e morrendo de medo de que cortássemos um dedo fora ou perdêssemos a língua por causa de um restinho! Ontem, não era uma, eram duas latas de leite condensado para me lambusar, mas como a mãe não estava perto para me alertar... acabei arrancando um naco do meu dedo numa rebarba-assassina! Ri de mim mesma pela traquinagem e terminei o bolo de band-aid no dedo!

Os anos passam e ainda acho maravilhoso poder comemorar, celebrar a vida, rever a própria história, me reconhecer nos hábitos... poder escolher o sabor do meu bolo e poder lamber tudo, sem broncas, embora com um pouquinho de culpa, afinal, até o bolo ser cortado, já consumi umas 250mil calorias extras, além de ter corrido o risco consciente de pegar uma intoxicação por salmonela pelo ovo cru da massa! Feliz da vida, feliz pela vida, mais um ano. Os hábitos são velhos, mas a idade, ah, essa é novinha em folha! Feliz aniversário pra miiiiiiiiiiiim!
PS:... o bolo da foto é o de hooooje! Massa de chocolate com recheio de doce-de-leite, coco e amêndoas e cobertura de brigadeiro... ui... delícia!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Lichia...lichia...li-chi-a...lichiiiiia!

Lichia! A sonoridade do nome anuncia algo exótico, algo leve e delicado. Olhando essa fruta por fora, fica difícil acreditar que, por dentro de uma casca tão rude, haja uma polpa tão suave. Ai, ai, a Natureza e seus caprichos!
Provar essa frutinha pela primeira vez é uma aventura para os sentidos. Não é exatamente bonita, é diferente. A aparência é rústica, mas o vermelho da casca é um convite irresistível (...por que será que frutas de casca ou polpa vermelha atraem tanto?!).
Assim como o kiwi, com sua embalagem tão áspera, a lichia reserva aos que não se limitam às aparências, um sabor adocicado, delicado. O primeiro toque dá impressão de que se trata de uma fruta durinha, algo como um coquinho ou até mesmo uma castanha, difícil de descasacar... ledo engano: com a ponta de uma faca, levanta-se um pedacinho da pele rugosa, parte-se o restante, e então, a polpa se desgruda totalmente, intacta, como se a casca fosse uma caixinha guardando a polpa gelatinosa, esbranquiçada e brilhante. Mais fácil que isso, só banana!
A primeira mordida comprova a delicadeza da polpa. O paladar começa a trabalhar. As papilas gustativas buscam na memória algo que se assemelhe com aquela novidade. Difícil! O começo lembra a textura e o gosto da uva-itália, mas essa impressão logo se dissipa e o final é de algo novo, diferente, um sabor inédito, exclusivo, sabor de lichia: registrado! Não é ácida, o sabor é suave e delicado, não chega a amarrar a boca, mas deixa um, digamos, lacinho frouxo na língua, não é muito doce, é apenas adocicada. Em uma palavra: suave.
A lichia é uma fruta para os curiosos, para quem quer ir além da aparência, para quem acredita em combinação de opostos. A Natureza é cheia de graça! As embalagens são de uma criatividade inigualável e guardam surpresas. Nesse sentido, a lichia é emblemática, porém é mais instigante do que propriamente saborosa. Para o paladar brasileiro, acostumado com tanta diverdade de sabores das frutas tropicais, o maior atrativo dessa frutinha de origem chinesa é a brincadeira de contrastes e o frescor da novidade. Vale a descoberta.

domingo, 30 de novembro de 2008

Cenário


Um bom cenário melhora muito qualquer coisa! Passo longas horas dos meus dias gastando a imaginação, idealizando lugares para determinadas situações: um cantinho confortável dentro de casa, um lugar perfeito para um fim de semana, uma paisagem linda para ver da janela. Sou cenógrafa e diretora de fotografia dos meus sonhos e devaneios.

Comer tem tudo a ver com cenário. Pra mim tem. Gastronomicamente falando, acredito que um lugar bonito deixa a comida mais gostosa, mais apetitosa, assim como uma comida gostosa fica meia boca num lugar feio, desconfortável, desagradável. Visão e paladar complementam-se. Os sentidos trabalham unidos para compor uma experiência de sabores. Sinestesia pura! Há, sim, exceções, por exemplo, em companhia de pessoas queridas, uma comida ruim, num lugar horroroso transforma-se num verdadeiro manjar dos deuses em pleno paraíso! Mas sejamos um tantinho superficiais por um instante e pensemos apenas no cenário.

Hoje, acordei querendo tudo lindo! Enquanto tomava café da manhã, fiquei querendo estar numa casa na montanha. Casa ampla (muito espaço, pé direito duplo), bem arejada, janelas grandes por onde o Sol da manhã entraria sem cerimônia para dizer "Bom Dia!". Tudo muito claro. Uma varanda florida com a mesa posta, o perfume do café e do bolo recém saído do forno se misturando ao cheirinho da terra. Frutas frescas colhidas no pomar. Gatos se espreguiçando (ou dormindo!) no quentinho do sol. O som de passarinhos ao fundo e uma paisagem verde infinita para conforto e deleite dos olhos. Seria uma boa maneira de começar os dias, não?! Meu cenário dos sonhos do momento.

Adoro café da manhã, em qualquer circunstância, mas creio que num lugar assim, nem mesmo aquele mau-humorzinho tipicamente matutino seria capaz de resistir a tantos apelos da beleza.

Depois do último gole de café, respirei fundo e voltei para minha realidade... que, por enquanto, não tem nada a ver com o cenário descrito (nem o Sol deu as caras... o dia nasceu tão encoberto...), mas não deixo de imaginar, nem de querer tudo mais bonito a minha volta... sou sagitariana e não desisto! hehehe


PS: pensando em querer tudo mais bonito a volta, antes que pudesse sentir uma pontinha de pena de mim mesma por não estar vivendo na minha imaginação, lembrei da realidade em Santa Catarina, depois da inacreditável tragédia, e pensei que tentar melhorar os cenários e a vida de quem está precisando tanto, faz a gente ver tudo mais bonito e valorizar tudo que tem. Fazer e querer o bem deixa até a mais cinza das paisagens um pouqinho mais ensolarada. Sem hipocrisia, querendo ajudar, aqui vão alguns meios:

Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ, 04.426.883/0001-57,
BANCO DO BRASIL AGÊNCIA 3582-3 CONTA 80.000-7

Para quem quer ajudar os bichinhos desabrigados e que também estão precisando:
Associação Viva Bicho, CNPJ 06 156 776 / 0001 - 81
Banco do Brasil Ag. 1489-3 cc 20793-4

domingo, 23 de novembro de 2008

Pão Caseiro: eu faço, faço sim!

Sexta-feira à noite é o dia da yoga. No finzinho da última aula, a professora decidiu encerrar com uma auto-massagem nos pés: uma maravilha! (Não, não, caros amigos, a temática do blog não mudou... já chego lá!) Para exemplificar o que deveríamos fazer a professora disse que deveríamos massagear o pé como se estivéssemos amassando massa de pão. Em seguida um comentário baixinho: "...ninguém mais faz pão caseiro!" "Opa! Eu faço", bradei suavemente, afinal, era uma aula de yoga! Ela então "...pão caseiro?! Amassado na mão?", "Sim!Sim! Tal qual as vovós faziam!". Ora, ora!

As moderníssimas máquinas de pão podem ser muito práticas, as padarias e supermercados podem ser 24 horas, mas nada, nada, absolutamente nada é capaz de se igualar ao efeito mágico provocado pelo pão caseiro feito com suas próprias mãozinhas! A seleção dos ingredientes, a combinação, o contato com a massa, a sova, a espera, o cresimento, a espiadinha no forno, o perfume se espalhando pela casa... pelo bairro, a faca serrando a casquinha crocante, a fumacinha subindo, a primeira mordida... o golinho de café! Nenhum outro pão é capaz!

À parte o encantamento, há também o argumento prático para se fazer seu próprio pão. Para começar, é um pão muitíssimo mais saudável pois não leva nenhum tipo de conservante químico, coloração artificial, nem goooordura trans, além disso, é possível torná-lo integral - utilizando farinha de trigo integral e sementes variadas (linhaça, gergelim, girassol) - e light - optando por leite desnatado, açúcar e margarina light. Em termos financeiros, nem é preciso fazer muitas contas para chegar à conclusão de que o pão caseiro sai por muuuuito menos! Já viram quanto está valendo um pão integral light no mercado?! Pelo mesmo valor, é possível fazer três em casa.

O tempo, ah, o tempo, irão dizer: não temos tempo para isso! Direi: a gente seeeeempre arranja um tempinho para fazer aquilo que dá prazer... é ou não é?! E não estou falando de dias de preparação. É preciso umas duas horas, duas horas e meia, sim, mas isso contando com tempo de crescimento e forno... e nada impede que se faça outras tarefas enquanto a massa cresce ou assa! Sem contar que é perfeitamente possível congelar esse pão por até um mês! Não precisa fazer todos os dias. Resumindo: é saudável, barato e prático, sim!

Só está faltando a receita, pois não?!

Esta é uma receita básica e pode ser variada conforme o gosto do padeiro de ocasião (vou colocar minhas variações entre parênteses). Ela é muito prática e pula algumas etapas (a tal da biga!)que fariam o Olivier Anquier dar um gritinho de "uh la la", mas dá super certo... é a minha receita (adaptada da receita da minha mamãe):
2 ovos
5 colheres de sopa de açúcar (coloco 2 de mascavo e 2 de light)
2 colheres de sopa de margarina (coloco 1 bem cheia de light ou 2 de azeite... dá um perfume incrível!)
1 pitada de sal
250 ml de leite morninho (uso o desnatado)
1 envelope de fermento biológico seco (dos que há no mercado, na minha opinião, o que dá o melhor resultado é o Fermix Dona Benta, mas o Fleischmann também faz direitinho)
5 a 6 xícaras de farinha de trigo (uso metade branca e metade integral)
(opcional: 3 colh. de sopa de semente de linhaça seca, trituradas no liquidificador; 3 colh. de sopa de semente de linhaça germinada - deixe de um dia para o outro em 100ml de água mineral em recipiente fechado; 1 colh. de sopa de semente de gergelim; 2 colh. de sopa de farelo e/ou gérmen de trigo)

Numa tigela bem grande (acredite, a massa cresce!), misture os ovos, o açúcar, a margarina e o sal (se for fazer integral, adicione as sementes... agora!). Vá acrescentando o leite morno (a temperatura ideal é a mesma da mamadeira do bebê... se não tiver filhos... não precisa desistir ou ter um só pra fazer o pão... teste a temperatura colocando o dedo e sentindo que não queima!). À parte, misture o fermento em uma xícara de farinha e reserve (o fermento não pode ir diretamente no líquido, ok?!). Adicione, uma a uma, três xícaras de farinha no líquido (se tiver frescurinha, pode utilizar uma colher para misturar). Só então, acrescente a mistura de farinha e fermento na massa. Vá, aos poucos, adicionando a farinha restante. A quantidade irá variar de acordo com o tamanho dos ovos* e a temperatura ambiente. O ponto será quando a massa estiver elástica e começando a soltar da mão (ou da colher, no caso de frescurinha!). Não se desespere colocando muita farinha, pois é preciso que a massa esteja úmida para que cresça com mais facilidade. Cubra a tigela com um plástico (deixe espaço entre a massa e o plástico) e alguns panos de prato (uso uns 5 e se o tempo estiver frio, enrolo num cobertor! Sério!) e proteja seu bebê de todo e qualquer trisco de corrente de ar. Deixe crescer por uma hora, mais ou menos (o tempo varia conforme a temperatura ambiente, quanto mais frio, mais tempo). Após o crescimento, numa bancada enfarinhada, sove a massa (sovar não é surrar! Amasse com energia e delicadeza), polvilhando mais farinha, se necessário, para facilitar a tarefa! Se gostar, polvilhe canela em pó para dar ainda mais sabor. Modele os pães (as tranças ficam lindas, mas se for pedir demais, as bolinhas ou o filão já bastam!), coloque numa assadeira untada (pra evitar a fadiga) e deixe descansar por mais 30 minutos (protegido de correntes de ar... recomendo que coloque no forno ainda desligado, lá ele estará seguro!). Após esse tempo, ligue o forno em temperatura média e deixe assar por aproximadamente 25 minutos, a cor do seu pão é você quem decide! Rende três tranças grandes. Enquanto espera, já sabe: coe aquele cafézinho espertíssimo! Depois é só se deliciar! Ah! se for congelar, deixe o pão esfriar sobre uma grade, fatie (se for uma trança ou filão, caso contrário irá precisar de uma moto-serra para fatiá-lo congelado!), coloque num saco plástico limpo e coloque no freezer. Para descongelar, retire as fatias que for consumir e coloque diretamente na torradeira ou no forno ou no prosaico tostex!

Não é por nada, não, mas fica divino, viu?! Não tenham medo da massa! Lembrem-se: é fazendo que se aprende!

*a saga dos ovos: http://claraemneve.blogspot.com/2008/02/uma-receita-da-minha-me.html

PS: essa beleza da foto é de minha autoria! rã-rã!

domingo, 16 de novembro de 2008

Top 5: situações que fazem qualquer um perder a compostura antes, durante ou após uma refeição


1° Engasgar: os motivos são diversos - farofa de farinha de mandioca com lombo e uva passa (...é tudo tão seco que comê-la sem um copo d'água a postos para socorro imediato pode ser considerado tentativa de suicídio), espinha de peixe (né?!*), piada engraçada contada na hora errada (opa!**), notícia chocante contada na hora errada, pedido de casamento feito na hora errada - não importa, numa fração de segundos a última porção resolve descer pelo lado errado então, o desespero, a luta pela sobrevivência, fazem cair por terra qualquer regra de etiqueta. O engasgado levanta bruscamente, a cadeira cai para trás, os braços vão ao alto, as lágrimas vão ao chão, os amigos/garçons/qualquer-um-que-estiver-por-perto vem ao socorro. E tapas, copos d'água, pedidos a São-Brás-São-Brás-São-Brás. Resumindo: um barraco em defesa da vida!

2° Subestimar a pimenta: seja num boteco, seja num restaurante (baiano ou não), seja na sua própria casa ou na de amigos, sempre há um vidro de pimenta. Normal. O problema começa quando algum espertalhão-metido-a-corajoso resolve desafiar os avisos de perigo-perigo-perigo escritos no rótulo e coloca uma generosa porção da bandida no quitute como se fosse um inocente catchup. O resultado?! Incêndio! Pior, não há extintor que resolva. O escândalo que se segue assemelha-se ao do engasgamento, mas difere-se por alguns detalhes. Como o "incidente" foi provocado por livre e espontânea vontade, alguns observadores se reservam o direito de chorar de rir da cara do incendiado e não estarem nem aí para socorrê-lo, além disso, nem adianta invocar São Brás, ele só salva engasgados, dos masoquistas até ele deve rir. O problema geralmente se resolve com 250 copos d'água, 350 copos de leite, 30 colheradas de óleo e uma declaração de "bem-feito-palhaço" de cada um dos presentes e uma vergooooonha!

3° Comer couve distraidamente, um perigo: atire o primeiro palito de dente quem nunca passou por uma gafe dessas! Você acabou de comer uma deliciosa couve-manteiga juntamente com qualquer outra coisa, sai do restaurante sem ter dado uma passadinha pelo banheiro. E vai, feliz da vida, caminhando rumo ao destino. Encontra um amigo, bate um papinho. Despedem-se. Sorri marotamente para um broto na rua. Mantém o sorriso, porque o broto realmente valia a pena. De repente, vê a si próprio no reflexo de uma vitrine ou espelho qualquer e quase morre com o que vê: uma folha de couve inteira cravada no meio do sorriso. Aaaaaaaaaaaaaaaaai que vergonha! O desespero é tão grande que nem dá tempo de procurar um banheiro e usar o fio dental, no meio da rua mesmo, lá vai a unha cutucando aquele pé de couve que brotou no meio dos seus dentes e a promessa de que o fio dental será seu melhor amigo inseparável dali em diante!

4° Encontrar uma lagartinha na salada: dobra daqui, dobra de lá, dobra dali, espeta no garfo e enfia na boca. Comer salada de forma elegante é um desafio. Fazer uma folha gigatesca de alface caber na boca sem ter de cortá-la é difícil, mas um pouco de prática faz de qualquer pessoa um elegante comensal. A menos que... no meio do origami verde, surja um tirinha vibrante, rebolante, viva! Uma lagarta! O garfo e a faca são atirados violentamente no prato e a refeição termina por ali. Se estiver num restaurante, chame o garçom, o mâitre, o chef, o dono, a polícia e grite: QUE NOJO! para todos eles. Qualquer escândalo é pouco!

5° Encontrar meia lagartinha na salada: depois de todo o passo-a-passo do item anterior, você se depara não com um serzinho rebolante, mas com um serzinho quieto, parado, morto... e pela metade! Além do choque de encontrar um ingrediente extra no seu prato, você terá de conviver com a eterna dúvida: onde é que está a outra metade da lagarta?! Além do garçom, do mâitre, do chef, do dono e da polícia, chame também um psicólogo pra iniciar sua terapia o quanto antes... você irá precisar!

*http://claraemneve.blogspot.com/2008/11/pescaria-em-goela-alheia.html

**http://claraemneve.blogspot.com/2008/07/previna-se-contra-exploses.html

domingo, 9 de novembro de 2008

Pescaria em goela alheia!


Um dia como os outros. Um almoço como os outros. Uma garfada depois, levanto-me da mesa num pulo. Olhos arregalados. Respiração ofegante. Dor. Estava morrendo engasgada. Já podia ver a luz. Eu era uma menininha de uns 6 ou 7 anos. Tão jovenzinha pra deixar esse mundo.

Mas minha mãe não ia se render sem lutar por sua cria, num rompante de heroísmo materno, deu-me um tapão nas costas* - pra agilizar o processo?!... não! ela achou que o caso fosse de engasgo puro e simples - posta a garfada pra fora, percebi que ainda havia um gato com as unhas grudadas em minha garganta. Como o prato do dia não era gato**, minha mãe chegou ao diagnóstico: uma espinha de peixe atravessara minha goela.

Minha família é toda punk. Pratica o lema do-it-yourself em toda e qualquer situação da vida. Salvamentos não ficam de fora dessa lista! Minha mãe não é exatamente um exemplo de sangue frio, é daquele tipo que fica mais em pânico do que a vítima, mas algo precisava ser feito. Jogou minha cabeça pra trás (...se não morresse pela espinha enroscada na garganta, morreria com a minha própria espinha quebrada ao meio!) e meteu a mão na minha boca. Ia arrancar o osso do peixe na unha! Mãe é mãe, heim?!

O ato foi bonito, no entanto, pouco eficiente. Havia um problema de proporção: a manopla de uma mulher adulta na boquinha de uma criancinha pequenininha. Mas minha mãe é taurina, teimosa que só vendo, e cismou que ia conseguir!! Eu que sofra, portanto.

Muito, muito, muito tempo depois, deseperada, ela se deu conta que se tratava de uma luta inglória com as leis da física. Solução: "Chama a vizinha e pede pra ela trazer a pinça!". E lá se foi minha irmã, em desabalada carreira, chamar a salvadora!

E eu ali, de goela pro alto, maldizendo todo e qualquer ser que tivesse espinha... no calor da fúria, até as rosas entraram na minha lista, só mesmo os moluscos e anelídeos se salvavam nesse momento! Chega, então, a vizinha. Agora, ao invés de uma, eram duas enfiando o braço na minha garganta, além é claro da pinça de sobrancelhas!!

Se fosse um pirarucu selvagem, vivo, já teria se entregado, mas aquela espinha lutou o quanto pôde. A essa altura, já acreditava que nunca mais conseguiria fechar a boca. A pinça e o olhar de lince da vizinha, porém, eram dupla invencível! Venceram! Ufa! A espinha devia ter uns 15 centímetros, tamanha foi a dificuldade de tirá-lo da minha campainha. Sobrevivi. O salvamento saiu baratinho, custou o preço de uma pincinha de sobrancelhas.

Não preciso nem dizer que fiquei com um trauma lascado de peixe, né?! Depois desse episódio não queria mais correr o risco. O único peixe que comia era atum: em lata!

Anos e anos depois, já quase não me lembrava do acidente de outrora, resolvi comer um peixinho tão apetitoso que minha mãe fizera. Adivinha! A única espinhazinha que sobrou foi parar na minha garganta!!! Algumas pessoas atraem sorte, outras dinheiro, há quem atraia olhares... eu atraio espinhas de peixe! Bacana, né?! Hoje, sabendo dessa minha incrível habilidade, não me arrisco, só como os seguríssimos sashimis!!



PS: Hoje ia escrever sobre outra coisa, mas, logo cedinho, lendo o blog do Daniel, lembrei-me desse causo. Ia narrá-lo por lá mesmo, nos comentários, mas começou a ficar grande demais, resolvi, então, contá-lo aqui. Portanto, para ler desgraça semelhante, não deixem de dar uma passadinha por lá: www.cheriaparis.blogspot.com . É de chorar de rir... desculpa, Daniel... hehehehehe


*meus pulmões funcionam estranhamente até hoje!

**Deus do céu... não seríamos capazes disso, nunca, que fique claro! Amo os gatitos mais do que tudo na vida.

domingo, 2 de novembro de 2008

Horta particular-orgânica-exclusiva-toda-sua de Temperos


É um luxo: ter uma horta de temperos e ervas frescas ao alcance das mãos. Imagine só, tudo fresquinho e orgânico, sem sair de casa e sem ter de pagar por isso. Melhor ainda: mesmo quem não tem um quintalzinho para chamar de seu, pode ter uma horta de temperos em casa.

Como qualquer plantinha viva que se preze, sua personal-horta fotossintetisa e por isso é necessário que ela tenha um espaço com luz solar onde você irá colocar os vasos e/ou jardineiras. Pode ser na janela da cozinha, na sacada do apartamento, no beiral da lavanderia, na varanda. Se a casa/apartamento tem animais, é aconselhável que se utilizem vasos suspensos... para evitar que a horta vire um banheirinho!!

Escolhido o local, é hora de definir o tipo de recipente onde as mudas serão plantadas. Os vasos são um charme só! Há diversas opções no mercado. Se forem ficar num lugar onde todo mundo vê, aproveite para explorar os cachepôs, um mais lindo que o outro, assim, além de serem úteis, seus vasos podem fazer parte da decoração. Outra vantagem dos vasos é que você poderá plantar uma muda em cada um. As jardineiras são coletivas e práticas! Dá pra plantar diversas mudas diferentes num mesmo espaço. Fica bem bonito, além de ser mais fácil de aguar, mas é bom lembrar que ocupam mais espaço e é mais difícil de mudar de lugar, por isso, é preciso que se opte por um lugarzinho que não atrapalhe a passagem e a limpeza.

Feitas as escolhas de local e recipente, momento de escolher as mudas! Isso irá depender do que é mais útil para você. Quais ervas e temperos você costuma utilizar nas receitas?! Recomendo o básico: manjericão, alecrim e hortelã. Não apenas porque são de larga utilização na cozinha, mas por se tratarem de mudas que vingam até na areia do gato! hehehehe A salsinha, por exemplo, que são vendidas em práticas sementes, demoram uma eternidade para germinar e as primeiras 80 vezes que você planta, elas nascem do tamanho de uma unha do dedo mindinho. Não dei sorte com a salsinha... uma pena. Em compensação, o manjericão virou uma moita maravilhosa, assim como o alecrim e a hortelã. As mudinhas podem ser compradas em floriculturas, feiras-livres e supermercados. Opte por mudas jovens, com folhas novas e verdinhas. Veja se não tem nenhum fungo grudado nas folhas e se têm brotinhos, isso dá mais chances de que irão crescer lindas e saudáveis na sua casa. Ah! Aproveite para comprar a terra vegetal!

Uma dica importante é preparar a terra antes de plantar as mudas. Adubos? Aditivos? Que nada! Use cascas de frutas (mamão, por exemplo!), talos (couve, salsinha), cascas de ovos moídas. O ideal seria fazer essa preparação uma semana antes de plantar as mudas. Na hora de plantá-las, não se esqueça de tirar o plástico que envolve as raízes, heim?! Depois de plantadas, ague a terra e as folhas. Procure se informar na floricultura sobre a necessidade de água de cada planta. Daí, é só esperar sua hortinha crescer linda e feliz.

IMPORTANTÍSSIMO: reza a lenda que, quando for colher as folhinhas, você precisa pedir licença para a planta, do contrário, ela não cresce mais. Tempero temperamental! Pode?! Não sei se é verdade, pelo sim ou pelo não, negocio com elas e peço licença a cada folhinha que arranco!!

Ah! Essa linda hortelã da foto é da minha hortinha!


PS: domingo é dia de Massa! E para dar sorte ao Felipe, a massa de hoje vai ser ao pesto, com o manjericão da horta, claro!!
...
PS2 (depois da corrida):...triste de chorar.. nem o 2° lugar do Alonso, depois de uma corrida impecável,me serviram como consolo... snif...

domingo, 26 de outubro de 2008

Louça suja se lava em casa... mas ela seca!


Era sempre assim, fosse almoço ou jantar, tão logo todos terminavam de comer a sobremesa, ela, num pulo, pegava o pano de prato e anunciava em altos brados: "Eu seco!Eu seco!". Era sempre assim. Sempre antes de todos.

A família toda já estava acostumada. Alguns achavam que era algum tipo de fascinação por panos de prato, outros achavam que ela era hiperativa, que não conseguia ficar sem fazer nada. Outros achavam que ela era uma puxa-saco da sogra. A sogra, por sua vez, achava ela uma gracinha de moça, tão prestativa! Achava que o filho tinha tirado a sorte grande ao se casar com uma mulher que não fugia à luta! Das três, era a norinha favorita! A mãe se enchia de orgulho! Não falava, mas sempre pensava, com um sorrisinho nos lábios, que tudo que a filhinha sabia, havia aprendido com a mamãe!

Não esperava ninguém pedir, ela tomava a iniciativa e era admirada por isso. De pano em punho, ia pra beira da pia esperar o lavador, não importava quem fosse! Daí era um instantinho... logo alguém se ofereceria pra lavar, afinal, pegava até mal ninguém se oferecer prontamente pra lavar depois que ela estava a postos, prontinha para sua atividade!

Mal sabiam todos.

Enquanto o clã observava e aplaudia, ainda que em silêncio, o marido ficava impassível. Calado sempre. Era o único que conhecia o segredo dela. E se ressentia.

Anos e anos assim. Depois de 8, quando o casamento estava às vésperas do fim e as brigas se tornaram públicas, o marido, num desses encontros de família, num rompante de sinceridade, não pôde mais calar-se diante daquilo. Num clamor de fúria trouxe à luz o segredo dela:

- É mentira! Ela é uma mentira! Ela só se oferece pra secar a louça para não ter de lavar! Ela não ama secar, ela odeia lavar louça!! Ninguém consegue, ninguém é capaz de perceber a estratégia dela?! Estão vendo minhas unhas moles, fracas e quebradiças?! Eu passei os últimos 8 anos lavando louça... eu, eu... eu nunca tive chance de secar... nem uma única vez! Ela sempre se oferecia antes. É impossível viver com uma pessoa como ela...

Um choque. O casamento acabou. Ela acabou. Todos ficaram magoadíssimos com ela. Como era falsa! Mentirosa! Ardilosa! A sogra não queria mais vê-la, nem pintada de ouro e enrolada num pano de prato de prata. As outras noras diziam baixinho... "Eu sempre soube... essa nunca me enganou!". Até a mãe se distanciou... que vergonha... isso ela não havia ensinado! O (ex) marido fez terapia e manicure, comprou uma lava-louças e não se casou novamente, não quis correr o risco... as unhas ficaram ótimas!

Casamento tem cada uma!

sábado, 18 de outubro de 2008

Bakery Itiriki


Depois que os super, hiper, mega mercados passaram a brincar de vender pão francês, as padarias tiveram de rebolar para se manter na ativa. A competição parecia vencida pelos mercados: preços competitivos, diversas opções de complementos, sem contar a praticidade de comprar num mesmo lugar o café da manhã, o almoço e o jantar, mas as padocas não abaixaram a cabeça, nem as portas! Se modernizaram, ampliaram a gama de produtos, diversificaram, passaram a vender de tuuuudo... até pão!

Padarias são o templo do bom aroma e por mais que os mercados se esforcem, nunca conseguirão ter aquela atmosfera cheirosa e aconchegante. Algumas, porém, vão além do trivial e conseguem se superar, são um verdadeiro absurdo e uma dessas é a Bakery Itiriki* no bairro da Liberdade em São Paulo (Rua dos Estudantes, 24 - (11) 3277-4939). Uma festa para todos os sentidos.

Logo que se abre a porta dessa padaria, uma nuvem deliciosa e perfumada de gostosuras entra pelo nariz e faz disparar o coração: cheirinho de pão assando, de doces, de café. O ambiente é encantador. A iluminação é confortável aos olhos e destaca o colorido dos lindíssimos pães, bolos e tortas artesanais. O sistema é self service... dá vontade de pegar um de cada de tudo! No entanto, praticamente todos os itens têm tabela nutricional; ao dar uma espiadinha no valor calórico, a idéia de lotar a bandeja fica um pouco prejudicada pelo bom senso! Ufa! É tudo tão fofinho, sucolento, são tantas opções que o pão francês fica todo tímido ali na cestinha no canto... mas é reconfortante saber que ele resiste! Há também os pães chineses cozidos no vapor com diversas opções de recheios e o pão de feijão. Os bolos confeitados são obras de arte, as porções são generosas e os preços são proporcionais ao tamanho e à beleza.

Seguindo o tilintar das xícaras, subindo as escadas, há um mezanino onde pode-se degustar as delícias acompanhadas por um espresso fresquinho, confortavelmente acomodados numa das mesas com cadeiras ou com fofos sofás. Seria possível passar uma vida inteira ali... não fosse um detalhe: a "música" ambiente. Ficou claro que essa não era uma preocupação para tornar o ambiente totalmente agradável... tocava uma seqüência pavorosa dos piores pagodes de todos os tempos! Ui! Talvez seja esta uma estratégia para manter a boa circulação, afinal, quem consegue ficar durante muito tempo ouvindo tanto sofrimento, dor de cotovelo e afins?!

A Bakery Itiriki é uma padaria encantadora, charmosa, cheirosa e que merece, no mínimo, uma visita... mas garanto que quem passar por lá pra dar uma olhadinha, não vai resistir aos apelos dos sentidos!! Recomendo!


*até o nome é gostosinho de falar, né?! Itiriki, Itiriki, Itiriki, Itiriki... hihihihihi

domingo, 12 de outubro de 2008

Sobre o paladar, o tempo e arrepios!


Ah, a doce infância! O mundo era outro. Não que fosse o mundo da lua... era esse mundo mesmo, mas de outra forma, com outros olhos. Quando se é criança, há o futuro todiiiinho pela frente, ainda que não se pare pra pensar nisso, ele simplesmente vai chegando. O passado é tão curtinho, que nem dá pra ficar se segurando nele. E o presente... ah, sempre se espera que seja dos grandes! E as mudanças! Tantas e tão rápidas e cada vez mais. Nessa fase, algumas coisas mudam a olhos vistos, como o corpo. Outras vão mudando, mudando e só nos damos conta quando paramos pra pensar no assunto. Um exemplo?! O paladar!


O paladar é, talvez, o sentido que mais se transforma ao longo da vida. Da infância à vida adulta há sabores que permanecem deliciosamente intocáveis, eram, são e sempre serão os favoritos, no entanto, conforme tudo vai mudando, o paladar também vai se modificando, se apurando, se refinando. Por isso, sabores que precisavam fazer nossas mães segurar o chinelo na mão para nos "convencer" a degustar, depois de algum tempo, necessidade ou pura consciência, passaram a ser o manjar dos deuses na vida adulta. E vice-versa, evidentemente!


Há coisas que só de lembar me causam arrepios (... e não são arrepios de emoção!). Quando era criança, a minha sobremesa favorita, a gostosura dos meus sonhos era o que chamávamos de gemada! Era uma receitinha nossa: gema, açúcar e Toddy! Urgh! Tudo devidamente misturado num copo, um creme que era degustado beeem lentamente, para que todo o sabor da gema com o achocolatado fosse apreciado com minúcia! Dá pra acreditar?! E tinha a versão "branca": gema, açúcar e uma pitadinha de canela pra apaziguar o cheirinho peculiar da gema! Lembro que essa iguaria era motivo de chantagem: "Se não comer tal coisa, não tem gemada!". Hoje, somente o contrário funcionaria bem: "Se não comer tal coisa, vai ter gemada!". Praticamente uma tortura!


Frutas, verduras, legumes e tudo que era saudável passava longe do meu cardápio! Era uma criança normal: detestava tudo e lutava com veemência (muita veemência, acreditem!) contra a presença dessas coisas em meu prato... só comia se rolasse uma gemada depois, claro! Hoje, porém, não posso imaginar um só dia sem uma frutinha, uma saladinha, um refogadinho! O paladar mudou completamente, não só pelo tempo, mas pela consciência da necessidade e pelo prazer das novidades.


Todavia, nem só do tempo nascem as mudanças. É também por conta de transformações físicas que mudamos alguns aspectos de nosso paladar. Brigadeiro, por exemplo, quando criança era capaz de comer aos quilos sem o mínimo esforço. Já adulta, porém, como um, dois, (...mentira, como três!), no máximo. Só. O sabor do brigadeiro continua maravilhoso, mas a forma física querendo se arredondar faz com que seu gosto fique um pouquinho mais amargo agora! O "paladar" mudou!


Hoje, dia das crianças, é dia de comemorar! Chute o balde! Mande a dieta dar uma volta! Um diazinho só não mata ninguém. Pense em algo que você adorava comer quando era criança (menos gemada!) e aproveite para se deliciar... vale chocolate, sorvete, macarronada, pastel! Provoque sua memória, dê um presente a seu paladar da infância! Amanhã, dá-se um jeito!!



PS:...ah, que maravilha: Fernando Alonso ganhou de novo!! Venceu lindamente o GP do Japão. Valeu a pena acordar à 1:30h, valeu sim! Meu presente. Uma rodada de brigadeiro (porque é dia das crianças!) pra todo mundo, por minha conta! Eba!

domingo, 5 de outubro de 2008

Muito bom! Tomara que tenha segundo turno.

Dia de eleição é sempre nostálgico pra mim. É nesse dia que volto à escolinha onde estudei praticamente toda minha vida, refaço caminhos, revejo professoras, amigos*. Pra dizer a verdade, o pleito eleitoral em si é um coadjuvante, um mero pretexto para voltar no tempo! Hoje não foi diferente, mas foi especial!

Como de costume, fui votar logo cedinho, a primeira de minha seção, junto com a turma da terceira idade!! Voltando pra casa, encontrei uma graaande amiga querida, uma segunda mãe que me conhece desde quando eu ainda era apenas uma barriga em minha mãe. Era pra ser só uma conversinha de portão, mas o papo começou a ficar bom, então ela me convidou pra entrar.
A casa dela é minha referência de casa feliz. Um quintal gigantesco com inúmeras árvores: ameixa amarela**, jabuticaba***, goiaba, laranja, limão, pitanga, cambuci, sem falar das que não davam frutas, apenas lindas flores, como o ipê amarelo. Nessa casa, nesse quintal, passei toda minha infância e sempre que volto é impossível não lembrar e não me sentir muuuuito bem lá!
Como era cedinho, o marido dela (... praticamente meu segundo pai, bom lembrar!) foi buscar pão quentinho pra tomarmos café. Que luxo! Nesse meio tempo os filhos (meus irmãos de coração!) acordaram, outros amigos chegaram e o café da manhã virou uma festa! Café da manhã como se deve ser: todos sentados à mesa, café fresquinho, pão quentinho, frutinhas, queijinhos, gente feliz selebrando mais um dia que começa.

E conversas, e lembranças, e risadas, e o tempo passando. Quando já estava quase na hora do almoço, fui ajeitando as coisas pra voltar pra minha casa, mas, eis que surge... o cambuci, ou quase isso!
Levanta a mão quem já comeu cambuci! Aposto que quase ninguém nem conhece cambuci. É uma fruta típica da mata atlântica, sua árvore está na lista das espécies ameaçadas de extinção, hoje já é uma fruta rara, pois é dificílima de encontrá-la em feiras, sacolões e supermercados, nunca vi... todas as vezes que comi cambuci, tinha um pé logo ali. É uma fruta verde, frágil e tem formato de disco voador (é essa galera aí da foto). Se comê-la purinha, tirada do pé, é capaz que sua boca dê um nó... ela amarra mesmo! Mas, socada com açúcar fica uma delícia! Quando era criança, temporada de cambuci era festa! A criançada ficava até com dor de barriga de tanto comer cambuci com açúcar!! É uma das frutas da minha infância (juntamente com as ameixas amarelas!).
Pra dar um toque de contemporaneidade a esse dia tão nostálgico, o cambuci de hoje veio numa versão um pouco mais interessante, mais adulta: licor caseiro de cambuci!! Pinga, açúcar e cambuci, tudo num vidro, curtindo até o cambuci ficar parecendo uma uva passa!! Fica deliciooooooooooooso. Acho até que o cambuci nasceu pra pinga! É uma combinação perfeita. O cambuci suaviza a cachaça, ela, por sua vez, saboriza-se com o gosto marcante da fruta e o açúcar dá o docinho necessário à vida! Um suquinho delicioso... hehehehe!

De pinga em punho, mais conversa, mais lembranças, mais gente chegando... e vieram as fotos, as fitas com as vozes da infância e meu mundo ficou mais feliz!! Tomara que tenha segundo turno!!

*em alguns casos vejo como o tempo foi cruel pra alguns... hehehehehehe
**eram, são e sempre serão ameixas amarelas pra mim!! http://claraemneve.blogspot.com/2007/10/mei-xa-ameixa-sim.html
***espero que todos tenham tido o privilégio de conhecer uma jabuticabeira... é uma das árvore frutíferas mais lindas que existe...

domingo, 28 de setembro de 2008

Segredos de Chef!

Dia desses, em casa pela manhã, deixei a tv ligada enquanto dava um tapa na bagunça. Estava passando o Mais Você, programa da Ana Maria Braga. Depois de repetir metade das notícias que o Bom Dia Brasil tinha acabado de dar, ela anunciou mais um capítulo do seu "reality show" particular*. Chama-se Super Chef. Como tenho mais o que fazer, não assisti desde o começo, mas como tudo na tv, deu pra adivinhar como o negócio todo funcionava: há alguns aspirantes a chef divididos em duas equipes que têm de cumprir provas gastronômicas, participam de workshops com chefs de verdade e são avaliados por esses chefs e alguma celebridade (lóóóóóógico, né?!), daí alguém se dá mal e é indicado à panela de pressão. Bem básico.

Quem cozinha sabe: ser elogiado pela comida que faz é a maior recompensa que se pode receber. Normal... tão humano quanto pensar. Mas imaginem isso na tv e valendo uma polida no seu ego! Vira uma fogueira das vaidades em rede nacional!! Era um festival de um tentando mostrar que sabia mais daquilo do que o outro, mas tudo com muita, muita, muita humildade, evidentemente, pra ficar bonitinho na tv!!!

O que mais se ouvia era: "...o segredo da tal coisa perfeita é...", ou "...o segredo pra que se chegue a essa textura é..." e aí por diante. Matei! Parece que a regra de ouro para corroborar o que se diz ou faz é começar todas as frases com "o segredo". Fica profissional, dá credibilidade, empresta veracidade aos procedimentos... por mais cretinos que eles sejam.

Como é possível ler em meu perfil logo ali ao lado, sou chef da cozinha aqui de casa e com tal epíteto, quero, do alto de minha experiência, dividir alguns segredos com vocês. Anotem, aprendam e usem. A vida de vocês na cozinha nunca mais será a mesma!

1° o segredo para se ferver uma água como um verdadeiro chef irá depender do que se pretende fazer com essa água pós-fervura. Digamos que seja para preparar um café. É preciso que se utilize uma caneca de ágata, porque ela não solta resíduos que podem comprometer o resultado final. Reservada a caneca ideal, coloque a quantidade de água necessária, preferencilamente mineral ou, no máximo, filtrada. Vale lembar que a água da torneira nunca irá oferecer uma água fervida de qualidade. Matéria prima de qualidade é o primeiro passo para um bom prato... ou xícara, conforme o caso! Na seqüência, leve ao fogo a 180°C nos primeiros 3 minutos, depois, reduza para 112°C para que não se perca o ponto ideal. Fique de olho. O maior segredo está na atenção! Tão logo as primeiras micro-bolinhas comecem a se formar nas laterais da caneca, contem exatamente 1200 delas, depois é só marcar 27 segundos no relógio, reduzir a chama a 90°C e começar a coar o café. Mas, não se esqueçam, é preciso que se mantenha essa mesma temperatura de ebulição até o fim do preparo da receita. Caso o ponto seja perdido, despreze a água restante e inicie o processo novamente.

2°o segredo para se fazer um miojo perfeito está não apenas no ponto da água, mas também em outros detalhes. A água(use precisamente 165ml ), ao contrário da que se utiliza para preparar um café coado, deve estar em ponto máximo de ebulição. Para isso, siga o passo a passo explicado anteriormente até o sugimento das micro-bolinhas, nesse momento, aumente a temperatura a 175°C e aguarde a formação de bolhas maiores, tal qual lava de vulcão. Cuidadosamente, retire o miojo da embalagem e, atenção, sem quebrar, afinal, sabemos que uma boa massa**nunca deve ser quebrada, coloque o bloco de macarrão na água e deixe que as próprias bolhas da água façam o primeiro processo de desembaraçamento da massa. Conte 1 minuto no relógio, então, com o auxílio de um garfo, delicadamente, termine de separar os longos fios. Agora, o maior segredo: conte apenas mais 1minuto e 27 segundos. Contrariando as instruções trazidos no pacote, o ponto ideal de cozimento é atingido aos 2minutos e 27segundos, uma vez que, enquanto se abre o pacotinho de tempero e começa-se a misturá-lo na água, no caso do preparo da versão sopinha, o macarrão continuará sendo cozido, ainda que o fogo já tenha sido apagado.

3° o segredo para fazer um chá de saquinho digno dos grandes lordes ingleses está na delicadeza dos movimentos. Explico: primeiramente, é preciso que se diga que o ponto ideal de cocção da água para o preparo de um chá de saquinho assemelha-se com o ponto do café coado, no entanto, antes de reduzir a chama a 90°C, é necessário que se conte, ao invés de 27segundos, apenas 18segundos, já que o chá de saquinho já passou por alguns processos que fazem com que suas propriedades sejam liberadas na água com mais facilidade, não necessitando, portanto, de temperaturas tão elevadas. Aquecida a água, hora de abrir o pacotinho de chá (dêem preferência àqueles embalados um a um, pois o sabor é mais bem preservado). Desprezem a embalagem, desenrolem delicadamente o barbantinho e, segurando pelo papelzinho que fica na extremidade oposta ao chá, encoste o pequeno invólucro na superfície da água. Não force o processo sacudindo histericamente o pobre saquinho de chá. Pacientemente, espere que a água, através das propriedades absorventes do filtro, seja captada e, lentamente, vá aumentando a densidade do saquinho que, obedecendo à infalível lei da gravidade, vai descendo até o fundo da xícara. Tão logo isso ocorra, puxe o barabantinho, retirando o saquinho completamente da água e repita o processo mais duas vezes. Ao final da segunda vez, repouse o barbantinho na lateral da xícara e aguarde cerca de 19 segundos. Passado o tempo, retire o saquinho e, com o auxílio de uma colher, apare-o. Utilizando o próprio barbantinho envolva o pequeno filtro, espremendo-o sobre a xícara de modo que a última concentração de substâncias saborizantes terminem por completar o chá. Adoce com mel ou adoçante.

Esses são apenas três dos inúúúúúúmeros segredos de como se complicar coisas simples na cozinha!!! Aproveitem... ou não! Afinal, instinto e experiência valem muito nesse terreno.

*uma distraçãozinha para a apresentadora enquanto o BBB 118 não começa.
**kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

PS - Fato de extrema importância que não pode passar em brancas nuvens: FERNANDO ALONSO GANHOU O GP DE CINGAPURA!!!!! VIIIIVA!! Uma rodada de paella pra todo mundo, por minha conta!!!!! Bravo! Bravo!

domingo, 21 de setembro de 2008

Batata frita sem gordura!!!!!!!

Descobri a pólvora!! Na verdade não descobri, eu encontrei nos resultados de pesquisa do google*... e não é bem pólvora, embora o valor e importância do achado sejam quase o mesmo e o efeito produzido pelo consumo exagerado resulte em conseqüência igualmente explosiva... mas isso não vem ao caso... o que importa de fato é que encontrei e testei uma receita incrível: batata frita sem gordura!! Uau!
Se você, como eu, não tem a batata frita como a musa dos seus sonhos mais gordinhos** pode querer desdenhar um pouco dessa receita, mas aposto que conhece inúmeras pessoas que são fanáticas por batata frita e por elas são capazes de verdadeiras loucuras... chegando ao cúmulo de querer dar aquela passadinha no Mc Donald's só por causa das tais batatinhas... ah tá! Preferidas ou não, a batata frita é acompanhamento de dezenas de pratos, além de ser parte indispensável do bom, velho e popularíssimo arroz-feijão-bife-batata-frita de cada dia de muitos brasileiros, pois não?! E que tal deixar essa combinação um pouco mais saudável?! Afinal de contas, o carboidrato da batata envolto por litros de óleo resulta numa agressão direta ao pobre coitado do fígado que se esforça em fazer seu trabalho. Vamos dar uma folguinha pra ele?! Vejam só como é facinho:
Ingrediente:
1 batata
Descasque a batata. Lave. Seque com uma toalha de papel. Corte em rodelas de mais ou menos 1 cm de espessura. A partir das rodelas, corte palitos de mais ou menos 1 cm. Coloque os palitos num prato ou refratário que pode ser levado ao microondas (...sim, ela vai ser feita no microondas... ou você achou que uma batata que se propõe a ser "frita" sem gordura ia ser feita de que forma?!... essa é uma receita de culinária, não de mágica!!!). É importante que os palitos não se sobreponham. Leve ao microondas em potência alta por aproximadamente 4min. e 30seg. Como as potências variam de um aparelho para outro, aconselho que façam alguns testes. Elas devem ficar bem sequinhas, douradas em alguns pontos e crocantes. Ficam incríveis!! Depois é só jogar um salzinho e mandar pra dentro! Sem azia e sem (muita) culpa! Testem!Ah! Mais uma dica: antes de terminar o tempo, faltando aproximadamente 1min. para o fim, abra o microondas e vire/desgrude os palitinhos do prato, pois, do contrário, eles podem ficar grudados para todo o sempre*** ali. Se suas batinhas não ficarem a contento de primeira, não desista, vá fazendo experiências até encontrar o ponto.

PS: encontrei essa receita no http://www.mulherdeclasse.com.br/ReceitasMicroondas.htm, lá, há outras receitinhas interessantes feitas no microondas.
PS2: Hoje é dia da árvore!! Feliz dia da árvore!!!

*o que sabemos, pode ser muito difícil, além de exaustivo... um trabalhão!
**o muso dos meus sonhos gordinhos com batata é o nhoque!! Com muuuuuito molho bolonhesa... recheadinhos com queijinho branco... nooooooossa...
***só um poquinho de exagero... pra descontrair o ambiente!

domingo, 14 de setembro de 2008

Top 5: questões sem resposta

1° Equivocado 1: por que chamam de feijão carioca se no Rio de Janeiro só se come feijão preto?! Será que esse tipo de feijão só cresce por lá?! Por que os cariocas não gostam*?! Será que preferem um feijão mais bronzeado?! Por que os paulistas preferem feijão carioca?!

2° Equivocado 2: por que chamam de bolo de festa os preparados com "pão-de-ló"?! Não deveria ser "pão de festa"?! Ou, dada sua histórica utilização no preparo da vedete das festas, por que não chamam de "bolo de ló"?! O que viria a ser um "ló"?!

3° Procurada: quem é, afinal, a tão falada e falante "Nega do Leite"?! Onde viveu?! Quem a conheceu?! Ela ordenhava ou apenas vendia o leite?! Quem nunca ouviu falar dela?! Quem nunca falou mais que a "Nega do Leite"?

4° Intrigante: por que o leite só ferve quando o observador vira as costas?! Por que ele só sobe e derrama no fogão depois que quem o vigiava resolve fazer outra coisa*?! Será um teste de paciência da natureza?!

5° Inexplicável: por que, Deus do céu, mesmo tendo a plena consciência de que são fritos em óleo diesel e preparados em condições questináveis de higiene, o pastel de feira ainda é o mais gostoso e incomparavelmente delicioso da face da Terra?! Por quê?!
*se, de fato, não gostam, seja lá qual for o motivo, eu concordo!
**hoje não mais porque não se ferve mais o leite, mas comigo era batata, pelo menos duas vezes na semana o fogão tomava banho de leite!!! Ficava com a pele ótima! Acontecia coisas esquisitíssimas como o leite cair quando eu estava olhando pra ele! Era num piscar de olhos, literalmente! Já aconteceu com vocês?!

domingo, 7 de setembro de 2008

Em defesa das frutas de fato!

O sindicato das frutas está mobilizado. As reuniões têm sido freqüentes e as discussões cada vez mais acaloradas. Os advogados estão quase malucos com tantos pedidos de abertura de processo por injúria, calúnia, difamação e danos morais.

Não à toa, motivos algumas delas têm de sobra. As mais revoltadas (e com razão!) são melancia, jaca, morango e melão. As demais partem em apoio, afinal, nenhuma delas, pelo andar da carruagem, está a salvo.

As frutas há muito tempo empenhadas em só fazer o bem. Sempre levaram uma vida correta, discreta. São leves, saudáveis, ricas em vitaminas, nunca precisaram de muito mais para brotar e viver. Donas de moral ilibada, de honra incontestável, de uma hora para outra, viram sua boa imagem jogada na lama, na xepa da virtude. Agora são apontadas na rua, nas feiras e sacolões, são fotografadas e filmadas furtivamente, aparecem em reportagens de programas de qualidade duvidosa. O youtube virou seu inferno. Tudo por conta de "mulheres" que , vejam só, intitulam-se frutas. As diferenças são evidentes, gritantes, tanto moral quanto fisicamente falando, mas, pasmem, há quem veja semelhanças. Nada menos que um disparate, um abuso.

Elas, as frutas, evidentemente, não autorizaram tal associação, até mesmo porque nunca seriam coniventes com tamanho absurdo. Ver suas imaculadas imagens vinculadas a monstruosas ancas e inumanos silicones é um pesadelo que nunca imaginaram que teriam de viver. Execração pública.

A melancia é puro desgosto. Antes desfilava como destaque nas mesas mais tropicais, hoje mal tem vontade de brotar. A jaca sempre foi amada por uns e odiada por outros, e podia conviver com isso, no entanto, essa dicotomia existia por conta de seu sabor forte, nunca imaginou que suas características físicas um dia seriam motivo de sua própria vergonha. O melão, tão discreto e suave, hoje pensa em mudar de cor e virar legume. O morango é a indignação em fruta. Quase uma unanimidade. Versátil, saboroso, sofisticado, mas acima de tudo, muito digno, hoje tem rompantes incessantes de raiva ao perceber que vulgarizam-no, rebaixaram-no a nível tão chulo.

O sindicato está empenhado, as demais frutas são solidárias às reinvindicações , mas parece que os danos são irreversíveis. Somente o tempo, que faz apodrecer todas as frutas, pode resolver esse problema. Se para as frutas já tem sido difícil, imaginem o que tem sido a vida das Mulheres de fato...

domingo, 31 de agosto de 2008

A genialidade por trás da comida de avião

"Senhores passageiros, apertem os cintos... e podem apertar bem porque a comida é pouca e quanto menos espaço sobrar para seu estômago se manifestar... melhor para vocês!!". Numa versão bem sincera, esse deveria ser o texto dito pelos comissários de bordo poucos minutos antes dos aviões decolarem!! Creio, porém, que nenhuma companhia aérea desfaria, assim, de maneira abrupta, o sonho dourado de seus queridos passageiros tão logo embarcassem nas aeronaves, não é mesmo?!

Depois de acomodados, os passageiros recebem as instruções para casos de acidente*, o avião se ajeita na pista, corre um pouquinho pra pegar embalo e finalmente decola. A cidade vai ficando pequenininha, as nuvens vão ficando mais fofas... o grande pássaro de metal ganha as alturas e segue seu rumo. Enquanto isso, lá na minúscula cozinha, a mágica acontece: os alimentos vão sendo carinhosa e cuidadosamente organizados no carrinho do serviço de bordo para que cada passageiro possa degustar gostosuras enquanto nuvens, lá fora, vão sendo rasgadas em alta velocidade.

A mágica, no caso, é fazer com que cada passageiro acredite que aqueles parcos pacotinhos de bobagensinhas são toda a "comida" que terão. O clima de recreio de escola toma conta de todo o avião! É como se uma lancheira se abrisse sobre aquela mini-mesinha: pacotinhos contadinhos, bonitinhos, servidinhos por tias e tios, digo, comissárias e comissários de bordo sorridentes... sorrisos que trazem implícitos a mensagem "É só isso e nem adianta pedir mais!".

Contenção de gastos?! Que nada! O atual cardápio da classe econômica das companhias aéreas traz consigo muita genialidade. Tudo foi friamente calculado, milimetricamente planejado para que os vôos aconteçam de modo que garantam cada vez mais conforto e comodidade aos passageiros. Isso mesmo! Ao contrário do que as mais maldosas mentes pensam, aqueles simples e inocentes pacotinhos são resultado de anos de pesquisa e dedicação de uma vasta e competente equipe de profissionais preocupados com o bem estar dos passageiros como um todo.

Se alguém duvida disso, acompanhe alguns fatos que deixam claras as melhores intenções das companhias aéreas:
1° o refrigerante - servido num copinho plástico (...até a risquinha e nada mais!) tem a função de não acumular líquidos no corpo. Tal acúmulo poderia fazer com que as juntas do corpo se inxassem e viessem a causar desde um desconforto momentâneo até problemas seriíssimos de circulação com conseqüências irreversíveis. Além disso, praticamente ninguém mais precisa incomodar os vizinhos de poltrona para ir até o cubíbulo banheiro para fazer pipi, simplesmente porque não há líquido para ser eliminado!! Muito bem pensado!

2° a barrinha de cereal - é sabido por todos que as tais barrinhas são fonte de fibra. Fibra sem líquido resulta em... constipação! Não preciso dizer dos males que um piriri coletivo em pleno ar poderia causar a toda comunidade, não é?! Foram anos de estudos para se chegar a esse resultado.

3° o amendoim - voando para Porto Alegre, tive um piripaque por causa da pressurização. Tenho pressão baixa e a minha foi parar no pé em segundos. O amendoinzinho salvou minha vida! Não era à toa que ele estava ali. Sabendo dos problemas que o procedimento de pressurização das aeronaves pode causar nos passageiros, o amendoim foi colocado no cardápio com o objetivo de salvar vidas! Seria um transtorno de enormes proporções ter de socorrer inúmeros desmaiados a milhas de altitude. O único problema foi conseguir abrir o tal pacotinho com as mãos trêmulas. Tive de pedir para que o vizinho de poltrona fizesse essa gentileza para mim... Taí! Mais uma função implícita: socialização! Fui conversando com o moço gentil até terra firme! E tem gente que maldiz o amendoinzinho!!!

4° minimização de problemas - a pior fase do caos aéreo passou, mas é necessária muita cautela e atenção a tudo que possa vir a prejudicar a boa circulação das aeronaves pelos aeroportos. Pensando nisso, a equipe responsável pelo cardápio dos vôos fez incontáveis reuniões, estudos e pesquisas até que se chegasse ao atual resultado: em caso de contaminação total do carregamento de alimentos de determinado avião, nada de pânico! Isso não será motivo para atrasos, afinal, todo o cardápio poderá ser substituído em minutos, bastando uma rápida passagem por qualquer supermercado ou doceria de bairro!! Muito inteligente, muito!

Só querem nosso bem**! Só! Além disso, fundamental mesmo é chegar são e salvo ao destino... comer... isso pode-se fazer em terra firme! Ouçam todos, é melhor parar de reclamar da raçãozinha atualmente distribuída, temo que chegará o tempo em que a cozinha dos aviões se resumirá a um forno de microondas onde as quentinhas, trazidas pelos próprios passageiros, evidentemente, serão rapidamente aquecidas! Escrevam o que estou dizendo...

*mais uma sugestão que deveria ser adotoda: logo após as intruções em caso de acidente, um toco de madeira desceria na altura do punho para que cada passageiros desse três totózinhos com os nós dos dedos entoando o mantra "pédepatomangalôtrêsvezes"... só pra garantir que nenhum acidente aconteça!!

**se à classe econômica é dedicada tanta atenção por parte das companhias, fico a imaginar como deve ser a primeira classe...

domingo, 24 de agosto de 2008

Nem tão exótico assim!

Último dia das Olimpíadas de Pequim. Ante um desempenho quase constrangedor da delegação brasileira, salvo por alguns heróis e heroínas que pela raça (...e não pela grana!), com ou sem medalhas, mostraram o valor e a dimensão do espírito olímpico. Com horários que só as corujas se sentiram à vontade pra asssistir às exibições ao vivo, as emissoras se esmeraram em produzir resportagens e mais reportagens sobre o país sede, explorando até o último espetinho de escorpião os hábitos alimentares exóticos dos chineses.

Ficamos praticamente experts em culinária chinesa, pois não?! Pois é... a cada reportagem gastronômica, arrepios, gritinhos de "urgh!" e loopings estomacais. Aposto que muitos ficaram a se perguntar: "Como, como, Santo Deus, alguém é capaz de comer escorpiões, insetos, cachorros, pirocas de animais, caldo disso, caldo daquilo... como?!". A resporta é fácil: cultura. Mais do que qualquer costume, os hábitos alimentares são a mais genuína expressão cultural de um povo, com suas tradições e influências. Ainda que achemos esquisitíssimo alguém comer seres que por aqui matamos com rodox, é necessário que façamos uma forcinha extra para respeitar o cardápio chinês, afinal, pra outros povos, nossa alimentação também pode soar como algo absurdo. Imaginem a reação de um indiano ao ver cenas de uma típica churrascada brasileira!! A faca deslizando pela carne macia de uma vaquinha tostada, suculenta, crocante e... sagrada!! Além de ter engulhos, eles devem praguejar até a última geração dos profanos churrasqueiros .

Justiça seja feita: entre nós, brasileiros, também podemos encontrar hábitos alimentares esquisitíssimos. Pra mim, o mais absurdo deles é, sem dúvida, o hábito de comer feijão*! Como isso é possível?! Um escorpiãozinho aqui, outro ali, eu até entendo, mas fei-jão?! E pior, todos os dias!! Não como. Só de imaginar aquele caldo grosso, amarronzado, com umas bolotinhas boiando... tenho arrepios. Mas há quem goste e gosto, como se sabe, não se discute.

Nem os santos escapam dessa. São Longuinho, por exemplo. Reza a lenda que esse santo se alimenta, vejam só, dos pulinhos que damos em pagamento por ele ter encontrado o que perdemos. Quer coisa mais exótica do que isso?! Dia desses, perdi meu celular. Na hora do desespero, quando dei por mim, já havia prometido mil pulinhos para São Longuinho, caso ele encontrasse meu bebezinho. E não é que ele encontrou?! Minhas pernas viram um mingau ao fim da promessa e São Longuinho deve ter ficado de barriguinha cheia!! Aliás, se sua dieta regular recomenda três pulinhos, meus mil devem ter causado um estrago na silhueta dele. Deve estar fazendo abdominais até agora!!

Exótico ou trivial, o importante mesmo é ter comida no prato ou, se for o caso, pulinhos na conta! Vamos nos despedindo da China, com uma certa indigestão causada, não pelas comidas extravagantes, mas por americanos e argentinos, isso sim foi difícil de engolir. Perto do caldo no vôlei masculino de quadra e da lavada no futebol masculino**, comer gafanhotos nem parece assim tão ruim. Mas, por outro lado, tivemos sobremesas excelentes: César Cielo, Maurren Maggi, as meninas do vôlei e a galera prateada e bronzeada! Serviu pra tirar os gosto ruim da boca, não?! Vejamos o que o cardápio de Londres nos reserva.

*refiro-me especialmente ao feijão carioquinha de todos os dias.
**...as meninas, a gente perdoa, afinal, com a ausência total de incentivos, somente o fato de termos uma seleção feminina de futebol já vale por muitas medalhas...



domingo, 17 de agosto de 2008

Um belo macchiato para chamar de seu!!

Macchiato é um café manchado de leite. Oooooh!! Antes que pensem que se trata de um mero café com leite, um pingado, explico, há apenas espuma de leite colocada delicadamente sobre o café. Tal frescurinha confere leve cremosidade à bebida, sem que o intenso sabor do café seja diluído no leite. É quase poético! É poético e gostoso... e dá pra fazer em casa!!


Os cafés, com suas lindas e eficientes (ou nem tanto) máquinas de espresso, têm, obviamente, vaporizadores super potentes capazes de transformar qualquer barista num Ferran Adrià dos leites vaporizados. Em casa, no entanto, não é tãããããão simples assim transformar leite em espuma. É preciso que se tenha instrumentos específicos para tal. Calma, calma!! Contenha sua vontade de encomendar uma máquina de espresso italiana naquele site de compras... guarde já seu cartão de crédito e vá ao supermercado, com os trocadinhos que tem na carteira, dirija-se à seção de utilidades domésticas e encontre um mixer bem sem vergonha movido a pilhas(também conhecido como misturador multiuso ou misturador de bebidas*) , que custa uma ninharia e faz o serviço direitinho!!


Já em casa, com suas finanças a salvo de perigos, faça um café bem forte**. Enquanto o café passa, aqueça cerca de meia xícara de café de leite integral***. Quando estiver quase fervendo, hora de colocar seu mixer pra funcionar! Coloque o equipamento (!!) em contato com o leite e veja a mágica acontecer. Em poucos segundos você terá uma graciosa espuma de leite caseira. Coloque o café numa xícara, caneca ou cumbuca de sua preferência, adoce, se, como eu, preferir as coisas doces da vida, e, com auxílio de uma colher, recolha a espuminha do leite e coloque delicadamente sobre o café. Prontinho!! É só se deliciar.

Não é necessário usar toda a espuma, nem o leite restante. A idéia do macchiato é, como próprio nome diz, marcar o café com um branquinho. Também não é necessário misturar a espuma ao café, afinal, parte da mágica está justamente na mistura sutil ocasionada na passagem do café pela espuma de leite quando sorve-se a bebida. Caso queira, pulverize canela ou chocolate em pó sobre a espuma... mas saiba que estará descaracterizando seu macchiato... ou apenas, deixando-o ainda mais gostoso!! Deixe seu barista interior vir à tona!




*muito embora, com sua super potência de 3volts, ele seja capaz apenas de vaporizar leite e fazer cosquinhas na clara de ovo, sem que esta se transforme em neve...
**uso uma colher de sopa bem generosa (beeeeem generosa) de Melitta Forte para 100 ml de água.
***infelizmente, leite desnatado não vaporiza bem, afinal é a gordura que faz o branquinho espumar... mas é tão pouquinho que o colesterol nem se dá conta!!




domingo, 10 de agosto de 2008

Quiz do copinho d'água

Vamos testar seus conhecimentos.
Responda rápido:

Pra que diabos serve aquele copinho d'água que vem junto com o café?!
...cinco alternativas pra facilitar sua vida:

a) partindo do princípio que os japoneses são grandes produtores de café, a aguinha serve para lavar as pontinhas dos dedos antes de pegar na xícara, uma antiga tradição nipônica recentemente difundida aqui no Brasil;

b) numa tentativa de agregar valor e justificar os altos preços dos espressos, serve para aliviar uma pequena sede sem que seja necessário comprar um copo d'água à parte;

c) tendo em vista que nem todas as cafeterias utilizam o grão Melitta em seus espressos, a água deve ser utilizada para tirar o gosto ruim da boca no final;

d) ainda que o grão seja de boa qualidade, há de se reconhecer que fica um bafão daqueles depois de apreciar um bom cafézinho, não?! Sendo assim, a água serve para um bochecho rápido, porque ninguém merece conversar com alguém que está com bafão de café!!

e) nenhuma das alternativas anteriores.


Os japoneses são, de fato, grandes produtores de café no Brasil, mas essa história de higienizar as pontinhas dos dedos só serve para a gastronomia nipônica, já que alguns itens são levados à boca pelas mãos sem o auxílio dos hashis. Portanto, por favor, não use sua água para lavar os dedos, não cometa essa gafe num café!!
Ainda que os preços praticados pelas cafeterias sejam realmente altos e muitos deles sirvam o copinho d'água para dizer que são chiques e tudo mais... não é bem pra isso que a água se propõe nesse caso!
Sou sim muito tendenciosa e fã declarada do café Melitta, mas, tenho de reconhecer que se as cafeterias assumissem que nenhum grão se compara ao meu melittinha e por isso oferecessem o copinho d'água quase que como um pedido de desculpas pelo possível gosto ruim que seus cafés tenham deixado nas bocas dos clientes, seria um pouquinho exagerado, não?! Até pra mim!!
Já o bafão... bom esse é um fato!! Seja qual for o café ingerido, o resultado último é um bafão lascado de café!! Mas, a aguinha não resolve, não, viu?! Algumas cafeterias servem uma balinha de menta, mas o ideal seria além do copinho d'água, servirem um copinho de Listerine ou Cepacol para uma higienização mais profunda!!
Se você opteu pela alternativa e... meus parabéns!! Afinal de contas, a função da água com gás servida com o espresso é limpar o paladar de secreções que podem prejudicar uma perfeita degustação dessa bebida de sabor marcante. Além disso, as bolhinhas da água estimulam as papilas gustativas para que, ao entrar em contato com o café, elas possam capturar todo seu sabor e aroma, sem interferências de sabores anteriores. Entendeu?! Ah! Importante: para que a água com gás possa exercer sua função com eficiência e perfeição, ela deve ser consumida antes do café!! Per supuesto.