domingo, 25 de abril de 2010

Um amor desses não acaba assim – parte 2, o lado de lá!

- Oi, minha amiga, me desculpa, só hoje consegui uma folguinha pra vir te ver.


- Sem problemas, não se preocupe...

- Como você está?

- Eu diria que bem, muito bem.

- Entendo... mas você ficou mal?

- Nada! As coisas acabaram acontecendo da maneira como tinham que acontecer.

- Mas, olha, não precisa se sentir constrangida em me contar, viu? Somos praticamente irmãs, nos conhecemos há 20 anos, querida, você sabe que não precisa me esconder nada...

- Eu sei, eu sei... mas, acredite, não estou sofrendo...

- Mas sofreu!

- Sofrimento, sofrimento, assim, de dormir chorando abraçada ao travesseiro, de chorar olhando no espelho, de perder o apetite: não! Não sofri.

- Ah, você vai me desculpar, mas não posso acreditar! Você precisa colocar pra fora, não pode ficar reprimindo um sentimento desses.

- Estou falando, menina! Saí dessa melhor do que entrei.

- Sério mesmo? Me conta tuuuuudo! Perdi o processo.

- Ah, você lembra que nos últimos meses o casamento já não tinha a menor possibilidade de continuar, né?

- Lembro. Se bem que eu achava que o divórcio não partiria de você... sempre percebia que você tentava manter a relação... engraçado que ele também...

- É verdade, mas tinha um motivo!

- Ah, o amor! Ainda havia amor!

- Nada! Eu estava me preparando para a divisão de bens... e ele evitando, claro!

- Que bruxa má e maquiavélica!

- Ah, não seja hipócrita, amiga! No meu lugar você teria feito o mesmo!

- Me conta: você ficou a casa de Angra, o Porshe e as ações da Google?!

- Nã-nã-não! Nada disso.

- Cê tá brincando?! Era o filé dos bens de vocês. Sobrou o quê?!

- O melhor...

- As jóias!

- Não: A jóia!

- A?! No singular?! Me diz que é a coroa da rainha da Inglaterra!

- É européia, mas não é inglesa... é italiana!

- A chave do cofre do Vaticano!

- Deixa de ser boba! Fiquei com A cafeteira!

- Heim?! Isso é algum código que eu não conheço?! Linguagem cifrada pra despistar ladrão?!

- Lembra aquela cafeteira que trouxemos da viagem à Itália?! Aquele que ele me deu de presente?! Aquele verdadeiro tesouro?! Ela!

- (...) – totalmente bege

- Você acredita que o pilantra queria ficar com ela?! Acontece que eu nasci ontem e tratei de providenciar o contra golpe. Quando mostrei o cartão que ele deu junto com a cafeteira pra provar que ele havia me dado de presente, ele e o advogado quase desmaiaram!

- Eu é que tô quase desmaiando! Você sabe quanto vale os brinquedinhos que ficaram com ele?!


- Minha querida, bem menos do que essa cafeteira vale pra mim ( e pra ele)! Só de saber que todos os dias, ao acordar pela manhã, terei uma xícara de café fresquinho feito por ela... já me sinto forte o bastante para lutar e conquistar o que eu quiser! O céu é o limite depois de uma xícara de café feito nessa cafeteira! Me sinto forte, poderosa, invencível!

- Não estou acreditando...

- Não acreditando você vai ficar quando eu te contar isso: essa semana ele me ligou. Disse que queria tentar de novo, que ainda podíamos dar certo juntos.

- Que maravilha!

- Eu que o diga!

- Ai, amiga, que bom que você está caindo na real! Você está disposta a voltar?!

- Claro! Mas só até eu recuperar uma coisinha: ele ficou com um jogo de porcelana chinesa. Coisa rara, finíssima! O café feito no meu tesouro e tomado naquelas xícaras... menina, acho que sou capaz de dominar o mundo!



E depois ainda dizem que mulher é materialista! Perceberam a humildade nas declarações?! O café transforma as pessoas... hehehehe




domingo, 18 de abril de 2010

Um amor desses não pode acabar assim

- Você precisa reagir, cara!

- Eu sei... eu sei, mas não estou conseguindo ser racional...

- Que que eu posso fazer por você?

- Me traz ela de volta...

- Ô, meu amigo, você sabe que se eu pudesse, ela estaria aqui na sua frente, mas não depende de mim...

- Eu não sei o que vai ser da minha vida sem ela...

- Arruma outra! Substitui, rapaz!

- Impossível! Ela é insubstituível, ela é única...

- Deixa disso, meu amigo. Iguais a ela, você encontra milhares por aí...

- Não, não, não! Você não entende. Ela é rara, especial...

- Conversa! Você, cheio da grana, pode escolher o tipo que quiser, na hora que quiser.

- Não é questão de grana. Ela foi uma conquista especial, coisa do destino, não vai acontecer de novo.

- Tenta esquecer!

- Já disse: não dá! Todos os dias quando acordo e percebo que ela não está ali, é como se nada mais tivesse importância, a vida perdeu o sentido pra mim...

- Vira essa boca pra lá! A vida continua, segue em frente, meu amigo! Mulher nenhuma merece que você sofra tanto!

- Mulher? Que mulher?

- A sua ex, oras! Não é por causa dela que você está nessa depressão de dar dó?!

- Naaaaada, rapaz... tô assim por causa da cafeteira que tive que deixar pra ela na divisão dos bens.

- Ah, cê tá de brincadeira!

- Pior que não. É a melhor cafeteira que já usei na vida. Comprei na Itália, edição limitada de colecionador, saca?! Era a última peça da loja (só fabricaram 20 pro mundo todo), tive que arrancar da mão de uma senhorinha e passar correndo no caixa. Foi mágico! E o café que ela faz?! Meu Deus do céu...

- E por que você não trouxe com você?

- Caí na besteira de dar de presente pra, até então, minha mulher, com cartão e tudo. Pior é que ela também se apaixonou pela cafeteira e mostrou o cartão pro advogado alegando que a cafeteira não entraria na divisão. Pilantra!

- Por que você não tentou negociar?

- Eu tentei, eu tentei. Entrei com recurso alegando que aquele cartão não era da cafeteira...

- E aí?

- E aí que não adiantou: o advogado dela ofereceu a casa de Angra, o Porsche e as ações da Google em troca da cafeteira...

- Que loucura!

- Loucura mesmo... como se esse monte de quinquilharia valesse aquela cafeteira preciosa!

- Cara, cê tá maluco! Se continuar assim você vai pirar de vez. Para já! Toma uma atitude sensata!

- (...) Boa! Você tem razão! Me passa o telefone aqui...

- Vai fazer o quê?!

- Ligar pra ex!

- Isso! Conversa com ela, explica direitinho. Ela vai acabar entregando a cafeteira pra você!

- Que explicar o que, rapaz! Eu vou é tentar reatar o casamento! É o jeito. Depois vejo o que faço... Posso até fugir com ela, a cafeteira, pra Espanha! Eu tenho dupla cidadania... ningué vai poder me extraditar! Isso, isso! Não vou mais ficar longe daquela cafeteira!!!!!! (...) Alô! Oi, será que a gente pode sair hoje pra conversar? Andei pensando e acho que a gente pode tentar de novo...

Ai, ai, bonito ver que alguns ainda lutam pelo seu amor, né?!

domingo, 11 de abril de 2010

Top 5: não sei, não quero aprender e peço pra quem sabe fazer por mim!



1º desossar peito de frango – sejamos sinceros: por que diabos alguém ainda compra peito de frango com osso sendo que nenhum ser humano, até onde se tem notícias, é capaz de comer ossos, sendo que qualquer biboca vende peito desossado? Por que, então, uma pessoa compra peito de frango com osso? Pra quê pagar por uma coisa que vai pro lixo?! Questões à parte, o fato é que se vejo um desses na minha frente, nem tento, já digo que não sei desossar! Ofereço a faca ao primeiro bom cristão que se candidatar à tarefa e saio de fininho. Sim, sim, posso muito bem passar por essa vida sem aprender tarefinha tão desagradável!


2º limpar frango inteiro – Nada contra frango, mas, se só como filé de peito de frango, não existe explicação plausível para que eu aprenda a limpar um frango inteiro, pois não?! Entenda-se por limpar, aquela série de puxões e cortes nas gordurinhas, peles, vísceras e toda sorte de resíduos inomináveis que devem ser jogados fora antes que o franguitcho seja preparado. Nõa como, mas,se porventura, algum dia nessa vida eu tiver um súbito desejo de comer um frango inteiro: padariapraquetequero! Comprarei o bichinho limpinho e assadinho!


3º limpar peixe – curiosa essa mania que as pessoas têm de comer coisas que precisam passar por processos severos de limpeza antes de serem ingeridas, não? Enfim! Peixinho, super saudável. Alimento riquíssimo em vitaminas e proteínas e milionário em espinhas*, escamas, vísceras... Dia desses um amigo se gabava de saber limpar peixe melhor do que a esposa. Ah, tá! Quanta inocência a do meu amigo, heim?! A mim, fica evidente que a esposa ‘perdeu’ de propósito essa ‘competição’. Eu faria exatamente o mesmo!! Quer coisa mais desagradável do que derramar suor limpando peixe?! É escama voando pra todo lado, tripas que insistem em ficar grudadas dentro do peixe, aquele cheiro pútrido tomando conta de tudo e, pra completar: aquele, literalmente, olhar de peixe morto fixo em cima de você! Nunca precisei limpar peixe (o atum já vem lindinho na lata!! hehehe), mas se algum dia alguém precisar... não conte comigo: não sei e não quero aprender! Obrigada!


4º feijão – Sim, sim, nutro uma aversão inexplicável por essa iguaria. Coincidentemente, o feijão que preparo é, sem sombra de dúvida, o pior feijão da face da Terra, quiçá de suas profundezas, das mais altas montanhas, de todo o céu, do Sistema Solar, da Galáxia, do Universo. Já deu pra entender, pois não?! Já fui condenada a fazer feijão e o resultado foi simplesmente lastimável: um agrupado de bolotinhas boiando num caldo opaco, viscoso e ralo. Claro que o fato de eu ter feito com extrema má vontade contribuiu para o resultado final! Quando minha mamãe viu o tal resultado, ofereceu-se prontamente para me ensinar a preparar um feijão delicioso. Primeiro: impossível existir ‘feijão delicioso’. Segundo: por que raios quereria eu aprender a fazer uma receita que não posso nem com o cheiro?! Obrigada pelo convite, mas se alguém quiser comer feijão, terá de fazê-lo. De preferência bem longe de mim!


5º lavar louça sem escafandro – saindo da categoria comestível, mas permanecendo na cozinha, depois de qualquer refeição ou de uma simples passadinha pela cozinha... lá está ela... a louça suja! Parece até uma maldição: tão logo se termine de lavar a última peça de louça suja, catabimba! Surgem, como mágica, mais louça na pia! A maldição de Sisifo é fichinha, pelo menos empurrar u pedregulho morra acima por toda eternidade não envolve água, detergente e restos de comida! Particularmente, lavar louça é uma das coisas que mais detesto fazer na vida, por isso, sempre faço de mau gosto. Ok, eu sei, isso não contribui para minha evolução enquanto espírito de luz, mas é inevitável! Daí já viu, né?! Pareço um pato lavando louça! Saio praticamente de banho tomado: água pra todo lado e espuma até no teto! Uma graça! Àquelas boas almas que já se oferecem para ajudar tão desajeitada criatura a se organizar na pia, respondi de pronto: ao invés de falar, você não quer fazer pra eu ver como é?! hehehehe Maldade?! Nada! Instinto de sobrevivência, não sei nadar e não é sempre que estou com meu escafandro na bolsa, por isso peço pra quem sabe fazer por mim!!


domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa?! Oi?! Onde?! O que?! Já?! Por quê?!


Impressão minha ou é Páscoa de novo? Papai Noel mal dobrou a esquina com seu trenozinho e eis que lá vem o Coelho em desabalada carreira distribuindo ovos! Muito rápido, minha gente! Ainda nem consegui me recuperar da comilança de fim de ano e já estou abraçada num mega ovo de chocolate pra me consolar.

Do jeito que as coisas vão, chegará o tempo em que teremos um feriado só. O que seria pééééééssimo, não?! Já imaginaram?! Numa única ceia saborearmos panetones, ovos de Páscoa, peru, bacalhoada, pé-de-moleque, colomba, lentilha, quentão... isso pra ficar em apenas sete itens, afinal, se fosse listar todas iguarias típicas de cada feriado, teríamos um verdadeiro caos gastronômico.


Facilitaria um bocado a vida de heróis (oi?!) como Papai Noel e Coelho da Páscoa. Ah, coitadinhos! Pensem bem... os pobrezinhos (modo de dizer, claro... afinal, quem hoje em dia tem condições de sair distribuindo presentes assim, literalmente, para todo mundo? Todo mundo também modo de dizer, claro... afinal, só ganha quem tem dinheiro pra comprar... um pequeno contraponto sócio-cultural-econômico que não vem ao caso... fiquemos com a fantasia por hoje, ok?!)... como eu ia dizendo... os pobrezinhos nunca conseguem passar esses feriados com suas famílias!

Mamãe Noel já não sabe o que dizer aos filhos, netos, bisnetos, tetra-netos (e por aí vai, afinal o casal é velho, heim?!). Cadê o pai, o vô, o bisa?! A última que a velha disse foi que o bom velhinho foi comprar cigarros... a notícia caiu feito uma bomba na família. Não pra menos... com aquela idade o velho deu pra começar a fumar?! E o exemplo, onde fica?! Xiiii, azedou a ceia de todo mundo. No dia seguinte, depois de ter trabalhado a noite toda entregando presentes, Papi Noel ainda teve que ouvir um discurso mais longo do que a soma de um do Hugo Chaves com um do Fidel Castro. Ninguém merce, mesmo!

E o Coelho?! Veja bem, o caso desse ser fofíssimo é tristíssimo e muito pior do que o do bom velhinho. Primeiro porque o número de filhos é incontestavelmente maior: cresce em progressão geométrica. Segundo, seu prazo de entrega não se limita a uma madrugadica de nada... o bichinho peludo tem um dia inteiro de trabalho duro. Mais! Tem que ser criativo, afinal, não tem uma árvore para colocar os 'presentes' embaixo... ainda querem que ele esconda os ovos!! Uma judiaria! Ele nunca consegue almoçar com a família. Depois de um dia inteiro de trabalho, o máximo que consegue é comer um prato feito que a sua coelhinha deixou dentro do micro-ondas pra ele esquentar quando chegar.

Triste, né?! Então, já que os natais e as páscoas estão assim tão grudadinhos, poderíamos sugerir que os dois fizessem um rodízio. Num ano Papai Noel encarregar-se-ia (!) de entregar os presentes de Natal e os ovos de páscoa e no ano seguinte quem faria as duas tarefas seria o Coelho. Dessa forma, ano sim, ano não, essas figuras poderiam desfrutar da ceia de Natal e do almoço de Páscoa com suas famílias, que, aliás, é a melhor parte dessas datas, né não?!

Alucinações à parte, espero que todos tenham uma linda Páscoa e que hoje seja o marco do renascimento de bons pensamentos e atitudes! Chocolatemos para celebrar!