terça-feira, 19 de abril de 2011

Virada Cultural 2011 - eu fui!



Sim, sim, sim... mais um ano de Virada Cultural em São Paulo e sim, sim, sim... virei a Virada!



Esse ano, o 7º do evento, prometia ser excelente simplesmente porque teria Plebe Rude, minha banda favorita sem sombra de dúvidas! Mas porque ver apenas um show se existem mais 999 atrações rolando pela cidade?



Comecei vendo 'Beatles 4ever'. Esse grupo, pra quem não conhece (não os Beatles, please! porque se você nunca ouviu falar do 4 rapazes de Liverpool, bem vindo à Terra, E.T.!), além de se caracterizar com as roupas semelhantes às de cada época de cada disco, tocam as músicas com maestria. Impressionante como ficam parecidas as vozes deles com as dos originais. O mais incrível dessa apresentação na Virada Cultural foi que a mesma banda, os mesmos 4 músicos, tocaram as 24 horas do evento. Entre um disco e outro - tocados na sequência cronológica - paravam durante 20 ou 30 minutos e lá estavam eles de volta com toda energia para continuar a festa! Duas coisas me impressionaram muito: a Sitara - instumento indiano de 12 cordas - tocada com genialidade e a música 'Strawberry Fields Forever' que além da bateria tocada à 4 baquetas, ainda contou com uma mágica revoada de pombos num céu paulistano ao nascer do Sol... lindo!



Claro que depois de uma noite inteira andando mais do que o pagador de promessas, a passadinha no Mercado Municipal de São Paulo era certa para repor as energias. Como eram 4h30, nem as bancas de frutas estavam abertas. Comi no único estabelecimento que já havia acordado - suspeitíssimo, diga-se de passagem! Cafézinho e pão na chapa?! Nada, gentê! Tal qual uma junkie elouquecida, devorei uma coxinha - que na verdade de 'inha' só tinha o nome. Não sei porque me pareceu boa ideia naquele momento... acho que foi a noite não dormida que mexeu com meus miolos.



De quebra, enquanto degustava a coxa de pterodáctilo, assiti à corrida do GP da China - Vettel está ganhando demais... F-1 está começando a ficar chatinha, heim?!



De volta à Virada, mais Beatles e depois, palco rock, na praça Júlio Prestes. Começando o dia com metal - momento quando me perguntei 'o que mesmo estou fazendo aqui?'. Depois, Tihuana... show animadíííííííííssimo com direito a muito 'pula-pula-filha-da-pula-pula-pula'. E o Sol gritando lá no céu: 'Eu sou o Rei e torrarei todos vocês, rá-rá-rá!'. Água?! Por incrível que pareça, 3 ou 4 gentis seguranças que estavam na frente do palco apiedaram-se dos pimentões que fritavam na grade e distribuíram alguns copinhos. Taí coisa que eu nunca tinha visto! Achei bacana.



Ao meio dia, em ponto - e estava lá o Sol a pino, que não deixava dúvidas - o show da Plebe Rude começou. Aaaaaaaaaaaaah, sou tão suspeita para falar... o show foi maravilhoso, com direito a músicas como 'Consumo' e 'Nova era tecno' que não eram tocadas há anos e só os plebeus genuínos conheciam! A-do-rei! Show impecável, como sempre. E assim fechei minha Virada 2011... pelo menos lá!



Um aspecto interessantíssimo que devo ressaltar é, na verdade, o que interessa a esse blog: comida! Se nos outros anos a oferta de 'alimentos' era perigosamente rara, esse ano a oferta tornou-se (perigosamente) farta! Eu diria, inclusive que essa edição da Virada Cultrual pode ser chamada de Pastelada Pastelal... sim, sim, sim... dezenas, centenas, milhares de barracas de pastel se multiplicaram pelo Centro da cidade. Nunca vi tantas, tão perto umas das outras! Até me arrisco a dizer que havia mais barracas de pastel do que palcos pela cidade! Achei muito curioso, mas não a ponto de me aventurar!



Na mesma proporção, havia as barracas de caldo de cana e as abelhas - companhias inseparáveis! Meu amigo, empolgado com o clima de feira, pediu um copo de caldo de cana - corajoso! Calorento como ele só, pediu mais gelo para colocar em sua bebida. A senhora que o atendia, depois de 5 minutos para processar o complexo pedido, abriu uma caixa de isopor e, em meio a alguma sacolas suspeitíssimas, enfiou a mão - com a qual acabara de receber o dinheiro em pagamento ao copo de caldo de cana - dentre elas e puxou algumas pedras disformes de gelo. Oi?! Apressei-me em dizer que não precisava, que meu amigo já estava achando a bebida dele bem geladinha!! Que medo daquele gelo, gente! Poderia ter colocado a perder nossa Virada Cultural!



E que venha a edição 2012!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Revendo conceitos


Se, ao longo da vida, temos a oportunidade de rever valores e conceitos sobre os mais variados aspectos, com as comidinhas não é diferente.

Pare e pense: quantos sabores que você odiaaaaava na infância hoje fazem parte de seu menu?!

A vida vai mudando e os sabores se transformando. Há épocas que os doces são a alegria das papilas gustativas, em outras, aquela torta salgada se torna o manjar dos deuses na sua vida.

Alguns sabores, no entanto, desde sempre e para toda eternidade, ficarão de fora da sua vida. No meu caso, a cebola é, sempre foi e sempre será (acho!) minha inimiga número um, ainda assim, não consigo fazer arroz sem usar cebola (ainda que depois de pronto, lance longe as rodelas molengas... argh!). Quem explica?

Interessante é, de vez em quando, se dar a oportunidade de rever alguns conceitos. Isso porque se corre o risco de, por mera repetição da ideia, passar a vida toda sem se dar a chance de degustar certos sabores.

Dia desses fui convidada para um jantarzinho cujo cardápio era camarão na moranga. Não gosto de camarão - aliás, não gosto de nenhuma comida que me lembre que um dia foi viva... camarão com aqueles brutas olhos, 78589 patinhas e antenas gigantes? Affff! Mas fui de coração aberto apostando na moranga e nos amigos presentes.

A noite toda seguiu na maior alegria, bom vinho, bons belisquetes, bom papo, muitas risadas. E a moranga lá, assaaaando*. O cheiro, tanto da moranga quanto do recheio estavam maravilhosos e convidavam ao deguste.

Já na mesa, de prato servido, logo à primeira garfada me rendi: estava maravilhoso! Dei uma beijoca em mim mesma por ter me permitido provar novamente o camarão, depois de anos dizendo que não gostava. E saborzinho dele na moranga?! Combinação perfeita do sabor marcante do camarão com o adocicado da moranga.

Depois desse jantar, não posso mais dizer que não gosto de camarão. Aliás, acho que estou obcecada... quero mais! DEsde que, claro, o bichinho já não tenha mais antenas, patas e olhos!

Hey, que tal se permitir provar velhos-novos sabores? Você pode se surpreender!


*dica fundamental para quem pretende fazer camarão na moranga: ao invés de assar, por 3 encarnações, a dita cuja no forno convencional, coloque a bichina no micro-ondas por 30 minutos (abrindo de vez em quando para testar o ponto) e, por último, só para dar uma certa crocância, leve ao forno convencional, previamente aquecido, por uns 10 minutinhos. E pronto!