domingo, 27 de setembro de 2009

Matisse, um prato cheio!


Primeiro fim de semana da primavera. Eba! Solzinho, céu azul. Um dia perfeito para... ir à Pinacoteca! Foi essa conclusão a que cheguei ao perceber que centenas de pessoas tiveram a mesma ideia que eu: aproveitar o dia alimentando a alma com arte! A Pinacoteca de São Paulo é sem dúvida alguma meu lugar preferido, minha Pasárgada, minha casa!

Além do divino acervo permanente e das exposições de artistas contemporâneos, 'minha casa' é sempre a anfitriã de exposições de artistas aclamados. Até 1° de novembro, quem passar por lá poderá se deleitar com belíssimas obras na mostra Matisse Hoje, Aujourd'hui. Durante esse período, a Pinacoteca é do Matisse e ninguém tasca!
Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas, dos mais variados tipos, visitando uma exposição em pleno sábado de sol. Se por um lado a fila de espera para entrar, o zunzunzum, o ombro-a-ombro para observar as obras incomodam, por outro lado é muito interessante ficar de butuca nos comentários e impressões que cada um tem sobre as obras.
Matisse é conhecido pela profusão, vivacidade e intensidade das cores que usa em suas obras e pela defesa da arte decorativa. Ele brinca com a gravidade, os objetos parecem flutuar na superfície de suas pinturas. Há um clima de sonho, algo que transcende a realidade. Suas obras atraem o olhar, prendem a atenção. Cada espaço deve ser explorado. Mas, embora trabalhe com a riqueza dos detalhes, Matisse também busca intessamente a simplicidade. Isso pode ser visto claramente na delicadeza e suavidade em suas gravuras. Ele busca a sutileza dos traços, extrai a essência, a alma das imagens. Isso pode ser visto na imagem ali em cima, uma linoleogravura chamada The Afternoon. O simples complexo.
Resumindo: a exposição vale um dia de sol. Para quem está em São Paulo, não percam! Para quem está mais longe... vale uma viagenzinha, viu?!
Ué, mas e a comida e a bebida?! O blog não trata de comidinhas e bebidinhas?! Irão me perguntar. E eu direi, parafraseando um moço super famoso, nem só de pão viverá o homem, mas de tudo aquilo que alimenta a alma! Quer melhor alimento para um espírito faminto de beleza do que um prato cheio de Matisse?! Depois de visitar essa mostra, é possível sair de lá de alma gordinha de cultura!
E na Pinacoteca tem café?! Tem sim senhor, maaaaaaas, a esse dedicarei um post só dele. Esse café, em especial, merece atenção exclusiva. É o meu preferido dentre todos que já conheci. É o lugar. A Pasárgada dentro da Pasárgada. O café que escolheria para passar o resto dos meus dias. Aguardem!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Espumando!

Estão lembrados daquele meu amigo que levou o saquinho de lixo para o trabalho pensando que era seu lanchinho*?! Pois é, tem mais uma história imperdível dele:


Era fim de expediente... sabe aquela meia horinha que leva dias pra passar?! O perigo é nesse tempo procurar o que fazer e achar! Para não corrermos esse risco ficamos só ajeitando uma coisinha aqui outra li. Passar o tempo sem fazer nada de útil é uma das tarefas mais difíceis que existe na vida!

O papo já estava todo atualizado, durante o dia não aconteceu nenhum fato extraordinário que devesse ser retomado, ninguém tinha um babado fortíssimo para compartilhar... resumindo: tédio total.

Cada um se ajeitou como pôde: um lia o jornal, outra um livro, outra lixava as unhas... eu elaborava um relatório importantíssimo (ah, tá!) e esse meu amigo, também à toa, estava sentado na mesa de outra funcionária, que já tinha ido embora, brincando com a cadeira como se fosse um carrossel... antes que caísse tonto, resolveu parar e partir para uma expedição pela mesa . Primeiro ficou curiando** as gavetas. Não achou nada de bom. Daí, resolveu explorar as caixinhas, potinhos e porta-canetas. Nada nas caixinhas, nada nos potinhos... mas o porta-canetas reservava uma grata surpresa!

Olhou do alto e avistou algo que lhe chamou atenção. Tirou e espalhou todas as canetas pela mesa e, lá, no fundo azul, um bombonzinho branco deixou-se revelar! Esquecido pela dona e capturado por ele! Quanta sorte! Quem diria! Em pleno fim do dia, fominha de quem está sem ter o que fazer e, de repente, não mais do que de repente, um chocolatinho aparece para diverti-lo! E chocolate branco: o preferido dele!

Antes de abrir, tratou de se gabar da guloseima, no melhor estilo 'eu tenho, vocês não tem'. Abriu seu bombonzinho como quem faz um strep tease. E nós, a plateia, ali, só observando... com uma pontinha de inveja, afinal, um docinho, assim, 'achado' é sempre bem vindo.

Despido, o chocolatinho, não meu amigo, jogou o pequeno prêmio inteiro na boca (... ele não é do tipo que degusta, ele manda ver!).

Primeira mastigada e... um cuspe pra longe!

A plateia não entendeu nada! Até que ele, com cara de profundo nojo, disse:

- É sabonete!!

Imaginem só a cena! Só nos restava rolar no chão de rir. E ele, claro, ficou espumando... só não descobrimos, até hoje, se era de raiva ou era espuma do sabonete mesmo! hehehehe! Bem feeeeeeeeeito! O olho grande comeu sabonete pensando que era chocolate branco!! Bem feito!


Revisão da lição: antes de comer, certifique-se de que a coisa é comestível!


Ai, ai, aprendo tantas coisas com esse meu amigo!



**1.ato ou ação de curiar; 2.o mesmo que procurar, futucar, xeretar, bisbilhotar. De acordo com o dicionário Catarse da Língua Portuguesa hehehehe

domingo, 13 de setembro de 2009

Avemos Melitta!


Não é exatamente uma novidade o fato de que, mais do que amar café, amo os cafés Melitta. Quem conhece a marca, sabe do que estou falando: um café sempre fresco, saboroso, aromático, marcante, estimulante... e etc, etc e etc. Quem não conhece, está esperando o quê para sair correndo e gritando até o mercado mais próximo e comprar um de cada tipo e provar todos?!

Para os amantes de café, aqueles que sabem apreciar os atributos dessa bebida, a Melitta lançou, há um tempinho, uma nova linha: Regiões Brasileiras - Mogiana, Sul de Minas e Cerrado. São grãos das três principais regiões cafeeiras do Brasil, cada um com suas características e qualidades.

Mas não é só novos sabores e aromas que essa linha de produtos traz. Além de oferecer grãos superiores, valorizando o café nacional, cuja qualidade é reconhecida no mundo todo, a Melitta está fazendo um algo mais: está estimulando a prática do café sustentável. Trata-se de um programa da ABIC (associação brasileira da indústria do café) que incentiva e certifica a prática sustentável de plantio e colheita de café. Assim, comprando esse produto, não é apenas sabor e qualidade que se está levando para casa, mas também a certeza de que os cultivadores que praticam técnicas responsáveis e sustentáveis, bem como suas famílias, estarão sendo beneficados. Bacana, né?!

Por enquanto, provei o 'Cerrado'. Divino! No entanto, como não sou degustadora profissional, tenho certa dificuldade em descrever e diferenciar em palavras um café do outro. Tentarei ser um pouco mais poética, afinal, café, pra mim, não é só uma bebida é um sentimento! Oooooh!

A embalagem externa é linda, como é possível ver na foto ali em cima. Mas, as sensações começam ao abrir a embalagem à vácuo... ao primeiro furinho, uma nuvem perfumada toma conta do ar. Quando a colher cava o pó, o cheirinho se intensifica. Já no coador, enquanto o pó de café recebe sobre si a água quente, o aroma vai se espalhando pela casa, o coração dispara e o mundo já fica mais feliz. As gotas vão caindo e se juntando para formar um pequeno lago negro de sabores. Ao primeiro gole já é possível saber que se trata de um café diferenciado, superior, especial. O sabor se espalha pela boca e vai tomando conta de cada espaço. Perfume e sabor são uma coisa só: café. Perfeito.

O café Melitta Regiões Brasileiras Cerrado é uma bebida com leve acidez cítrica, sabor suave, embora marcante. É um café que pede pouco açúcar/adoçante, pra quem como eu que não consegue beber café sem estar adoçado. Diria que é aconchegante, um daqueles cafés para beber segurando a caneca* com as duas mãos e deixando a fumacinha entrar pelas narinas e tomar conta do corpo todo. Recomendadíssimo!


*caneca sim e das grandes! Afinal beber um café desses numa xícarazinha de 50ml é um pecado mortal!

domingo, 6 de setembro de 2009

Buchada de Quem?!


Eles estavam namorando oficialmente há 4 meses e pareceia que a coisa era pra valer. Decidiram que era hora de conhecer os respectivos pais. Evento cercado de ansiedade e a pergunta 'será que eles vão gostar de mim?!' na cabeça o tempo todo.

No meio da semana ele foi conhecer os pais dela. Gente boníssima. Receberam-no de braços abertos para um jantarzinho informal. No fim de semana foi a vez dela conhecer a família dele. Os pais dele também, gente da melhor categoria. Era a primeira namorada que o filho levava para eles conhecerem... sinal de que dessa vez a coisa ia!

Ficaram conversando na sala, enquanto a mãe, que bateu o pé recusando ajuda na cozinha, terminava o almoço. Papo vai, papo vem. Vez ou outra a mãe ia até a sala pra contar uma história constrangedora da infância dele. Coisa de mãe. Numa dessas trouxe o álbum de bebê com aquelas fotos clássicas que as mãe guardam com carinho para poderem matar seus filhos de vergonha quando adultos. Sabem quais, né?!

Uma hora depois, o almoço estava servido. Todos foram para a sala de jantar. Mesa pra lá de fartíssima! O prato principal?! Buchada de bode... especialidade da futura sogra! O que, de quem?! Ela entrou em pânico. Nunca havia comido isso e acreditava piamente que passaria por esta encarnação sem provar tal iguaria de nome tão convidativo.

- Depois que você provar esta, nunca mais vai querer outra! - era uma ameaça?! - Minha mãe faz a melhor buchada de bode de que já se ouviu falar! - existe uma melhor?!

Ouvia a tudo com um sorrisinho paralisado no rosto, enquanto a sogrinha ia enchendo, enchendo e enchendo o prato dela. O cérebro trabalhando a mil por hora em busca de uma solução rápida e indolor. O que fazer?! O que fazer?! Só conseguiu pensar em duas alternativas: terminar o namoro ali, antes da primeira garfada ou cair durinha e morta.

Como estava apaixonada, não quis terminar o namoro, preferia morrer... ou quase isso! Optou por um desmaio cinematográfico. Virou os olhos, colocou as costas da mão na testa, rodopiu nos calcanhares, amoleceu as penas e esparramou-se pelo chão (...nem quis ir pra perto do sofá, o chão duro passava mais veracidade!). A encenação foi tão boa que faria qualquer diretor shakespeariano exigir que ela fosse sua Julieta para todo o sempre.

Com o espalhafato, o prato voou longe (graças a Deus!). Todos foram acudir a pobre moça desfalecida. A mãe correu para a cozinha pegar vinagre. O pai dava-lhe bofetadas na cara para reanimá-la... ou matá-la de vez! O namorado gritava seu nome pedindo que voltasse.

Ensopada e fedida de vinagre, de bochechas roxas pelas pancadas e praticamente surda, ela achou que já era seguro simular a volta ao mundo dos não-desmaiados. Será que ainda iam querer almoçar?! Aos poucos, foi acordando, dizendo as clássicas 'onde estou?! o que houve?!'.

Percebendo a volta da pobrezinha, todos sentiram-se aliviados. Colocaram-na no mais fofo sofá da casa, ofereceram água e ficaram enchendo a moça de atenções. A essa altura dos acontecimentos, ninguém mais lembrava da buchada. Ufa!

Enquanto contemplava a norinha, a sogra cochicou no ouvido do marido:

- ...te prepara, meu velho, acho que vem por aí um herdeiro! Acho que essa menina está grávida! Vamos ser avós já-já, escreve!

A recém-acordada ouviu o cochicho e quase desmaiou de verdade, mas achou melhor não desfazer o engano ali, esse era um caso que se resolveria com o tempo e com a ausência de barriga com um bebê crescendo dentro , o objetivo do momento era não comer a buchada e até ali estava funcionando.

Saiu da casa amparada pelo namorado que ficou todo preocupado com seu amorzinho, mas não escapou a tempo de levar uma 'marmitinha' com a buchada... pra ela comer em casa quando sentisse fome. Em casa, sabemos o destino da quentinha, pois não?!

Para momentos de desespero, soluções desesperadas. Sempre!